A Espada do Rei
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A Espada do Rei
A Espada do Rei
O presente evento tratará do período entre os séc. III e V, com foco em Teutes e Britannicos, focando em seus maiores heróis nacionais, Togkor e Arthur
Contexto Geral:
No ano 200 d.C. o Império Romano ainda era forte e dominava boa parte da Europa, inclusive o que hoje reconhecemos como Britannia, sendo que os povos germânicos que posteriormente teriam destaque ainda margeavam as fronteiras imperiais.
Nesta época, os Ammans começaram a se aventurar mais longe nas águas do oeste e evitando desembarcar em terras Romanas contornaram Britannia pelo sul alcançando a irlanda por volta do ano 200 d.C. Essas longas viagens se tornaram periódicas e os Ammans cresceram com os saques e foram se aventurando cada vez mais longe, até que em 205 d.C. se tornaram os primeiros europeus continentais que se tem registro a chegar na ilha teute.
Os teutes que sempre viveram isolados em sua ilha não eram tão desenvolvidos como os demais europeus. Os teutes de 205 d.C. ainda viviam na Idade do Bronze e sua organização social era precária, viviam divididos em pequenos grupos rivais sempre em guerra por recursos e territórios. Neste contexto os Ammans encontraram pouca dificuldade em dominar a maior parte da Ilha, sendo que a resistência teute somente prosseguiu no norte e nas terras altas, onde a geografia favorecia a defesa e o interesse dos Ammans não era tão grande. Assim, por gerações os Ammans dominaram e escravizaram a maior parte do povo teute.
O ano 380 d.C. foi marcado pelo abandono das legiões romanas da ilha da Britannia, deixando-as a mercê de povos saqueadores e bárbaros como os saxões e os anglos, os quais seguindo a receita do sucesso amman focaram seus interesses no oeste, em específico na ex-colonia romana.
O ano 380 d.C. também foi marcado pelo nascimento de um teute chamado Yérrard o qual entraria para a história com a Alcunha de Togkor.
É neste cenário, no ano de 399 d.C. às portas do séc. V, que começa a nossa história.
ANTONINI-Leo- Mensagens : 29
Data de inscrição : 07/05/2016
Re: A Espada do Rei
Em algum lugar do litoral frísio, ano 378 de Nosso Senhor.
Padre Demetrius não se lembrava muito de sua terra natal, saíra ainda criança da Frísia, levado junto com seus pais e irmãos como servos da família do praefectvs castrorvm da Legião IV Flávia Félix, o general Messala Flaviano (da gens Maximilliana), estacionada em algum lugar entre a Dácia e a Ilíria. Desde criança mostrou ser muito inteligente, aprendeu a ler e a escrever, tornando-se o escrivão e contador particular da família do general, conquistando aos poucos a confiança da aristocracia militar romana. Em 360, o general e sua família converteram-se ao cristianismo, Demetrius, que até então se chamava Hermann, foi batizado e crismado, e por influência de seu senhor, ingressou num monastério, na Grécia, aprendendo a arte da iconografia e da iluminura, a ler e escrever grego, hebraico e aramaico, em breve, o jovem frísio se tornaria um sacerdote influente, que galgaria posições na hierarquia da igreja até chegar à Constantinopla, nas cortes do imperador do Oriente. Em 375, com quase 50 anos, foi exilado da cidade, após tecer críticas contra as posições pouco ortodoxas da cortesã e nobre romana Aélia Flaviana, que tratou de acusar o sacerdote de diversos crimes contra a religião.
Exilado, pobre e mau afamado, o sacerdote decidiu voltar pra sua terra natal, a Frísia, onde se dedicaria à catequização dos bárbaros.
-O que tem aí padre? - perguntou o enfadonho Alaric ao retirar a lona que cobria o carregamento da carroça que o padre conduzia.
-Mantimentos meu caro, vinho, azeite, peles, couros, madeiras aromáticas, incenso, peixe seco e carne de sol.
-O senhor foi assaltar Roma e nem avisou seus caros amigos ammans padre?
-Não assaltei nada meu caro, isso daqui é nada mais e nada menos que a adega que consegui juntar nos anos que fui religioso influente em Constantinopla....agora por favor, chame os outros e ajude a colocar essas coisas no barco.
O padre Demetrius pulou da carroça e tirou os sapatos para sentir a areia fina e gelada das praias frísias, olhou para o mar bravio e para o céu cinzento, pequenos lapsos de memória lhe viam a mente, lembrou-se de seu falecido pai, que era o tratador dos cavalos da família Maximiliana, lembrou-se de sua mãe, cozinheira da família e de seus irmãos e irmãs, que não sabia exatamente onde foram parar. Seus devaneios foram interrompidos pelos sons dos barcos estacionados na praia, esperando as marés altas para zarpar.
-Pelo amor de Deus tenham cuidado! - gritou o padre aos bárbaros ammans que pareciam não ter muito cuidado com os tonéis de vinho.
-Padre, sua benção. - aproximou-se um jovem amman cristão, um dos poucos que havia ali. - O senhor vai rezar a liturgia hoje?
-Em breve, em breve, vou pegar as coisas, chame os outros irmãos para receber a eucaristia por favor.
Num pequeno monte numa parte alta da praia, o padre celebrou a Eucaristia com 5 ammans cristãos, solenemente levantou os pães e o cálice em direção ao oriente, consagrou os elementos e os ofereceu aos congregantes, ao longe, alguns pagãos gritavam e faziam chacota da religião dos romanos, como era conhecido o cristianismo por aqueles ammans.
-Podemos zarpar agora Padre? - disse Alderik, o Impiedoso, capitão da frota amman que partiria pra terras pouco conhecidas.
-Sim capitão Alderik, estamos prontos, agradeço me deixar ir na sua expedição.
-Só o deixo ir porque não quero nenhum deus indisposto para comigo, já ofereci incensos para todos os deuses que conheço e que já ouvi falar, ter a benção do deus cristão não vai me fazer mal.
A maré subia e as cunhas que mantinham as embarcações fixas na areia eram retiradas, as velas foram preparadas e em momentos, estariam enfrentando o Mar do Norte.
Padre Demetrius não se lembrava muito de sua terra natal, saíra ainda criança da Frísia, levado junto com seus pais e irmãos como servos da família do praefectvs castrorvm da Legião IV Flávia Félix, o general Messala Flaviano (da gens Maximilliana), estacionada em algum lugar entre a Dácia e a Ilíria. Desde criança mostrou ser muito inteligente, aprendeu a ler e a escrever, tornando-se o escrivão e contador particular da família do general, conquistando aos poucos a confiança da aristocracia militar romana. Em 360, o general e sua família converteram-se ao cristianismo, Demetrius, que até então se chamava Hermann, foi batizado e crismado, e por influência de seu senhor, ingressou num monastério, na Grécia, aprendendo a arte da iconografia e da iluminura, a ler e escrever grego, hebraico e aramaico, em breve, o jovem frísio se tornaria um sacerdote influente, que galgaria posições na hierarquia da igreja até chegar à Constantinopla, nas cortes do imperador do Oriente. Em 375, com quase 50 anos, foi exilado da cidade, após tecer críticas contra as posições pouco ortodoxas da cortesã e nobre romana Aélia Flaviana, que tratou de acusar o sacerdote de diversos crimes contra a religião.
Exilado, pobre e mau afamado, o sacerdote decidiu voltar pra sua terra natal, a Frísia, onde se dedicaria à catequização dos bárbaros.
-O que tem aí padre? - perguntou o enfadonho Alaric ao retirar a lona que cobria o carregamento da carroça que o padre conduzia.
-Mantimentos meu caro, vinho, azeite, peles, couros, madeiras aromáticas, incenso, peixe seco e carne de sol.
-O senhor foi assaltar Roma e nem avisou seus caros amigos ammans padre?
-Não assaltei nada meu caro, isso daqui é nada mais e nada menos que a adega que consegui juntar nos anos que fui religioso influente em Constantinopla....agora por favor, chame os outros e ajude a colocar essas coisas no barco.
O padre Demetrius pulou da carroça e tirou os sapatos para sentir a areia fina e gelada das praias frísias, olhou para o mar bravio e para o céu cinzento, pequenos lapsos de memória lhe viam a mente, lembrou-se de seu falecido pai, que era o tratador dos cavalos da família Maximiliana, lembrou-se de sua mãe, cozinheira da família e de seus irmãos e irmãs, que não sabia exatamente onde foram parar. Seus devaneios foram interrompidos pelos sons dos barcos estacionados na praia, esperando as marés altas para zarpar.
-Pelo amor de Deus tenham cuidado! - gritou o padre aos bárbaros ammans que pareciam não ter muito cuidado com os tonéis de vinho.
-Padre, sua benção. - aproximou-se um jovem amman cristão, um dos poucos que havia ali. - O senhor vai rezar a liturgia hoje?
-Em breve, em breve, vou pegar as coisas, chame os outros irmãos para receber a eucaristia por favor.
Num pequeno monte numa parte alta da praia, o padre celebrou a Eucaristia com 5 ammans cristãos, solenemente levantou os pães e o cálice em direção ao oriente, consagrou os elementos e os ofereceu aos congregantes, ao longe, alguns pagãos gritavam e faziam chacota da religião dos romanos, como era conhecido o cristianismo por aqueles ammans.
-Podemos zarpar agora Padre? - disse Alderik, o Impiedoso, capitão da frota amman que partiria pra terras pouco conhecidas.
-Sim capitão Alderik, estamos prontos, agradeço me deixar ir na sua expedição.
-Só o deixo ir porque não quero nenhum deus indisposto para comigo, já ofereci incensos para todos os deuses que conheço e que já ouvi falar, ter a benção do deus cristão não vai me fazer mal.
A maré subia e as cunhas que mantinham as embarcações fixas na areia eram retiradas, as velas foram preparadas e em momentos, estariam enfrentando o Mar do Norte.
juliogb- Mensagens : 26
Data de inscrição : 10/05/2016
Re: A Espada do Rei
As embarcações utilizadas eram parecidas com os navios de carga utilizados no mediterrâneo, a frota era composta de 12 navios, capitaneados por um velho germânico que fora marinheiro nas frotas das legiões romanas, conhecia o mar do norte como a palma da mão, e conhecia os astros do céu para guiá-lo, Gunter o Caolho, apelido devido à seu olho ferido num assalto de bárbaros celtas na costa da Escócia.
-Qual caminho faremos Mestre Gunter? - perguntou Alderik o Impiedoso ao velho lobo do mar.
-Creio que cabotagem pelo sul é o mais indicado, não quero perder terra de vista em nenhum momento, essas águas são traiçoeiras nessa época e podem nos levar ao mar aberto e nos fazer cair nos tentáculos das feras marítimas. - dizia o velho marinheiro consultando alguma cartas marítimas estendidas numa mesa dentro dos aposentos da capitania na popa do navio.
-Não quero topar com o povo''de além da muralha de Adriano'', dizem que aprenderam a fazer pequenas embarcações, assaltam pela noite os navios romanos e cortam as gargantas de todos. - exclamou o líder amman referindo-se aos celtas.
-Quem é o romano? - perguntou o velho Gunter apontando com os olhos ao homem de hábito negro que entrara nos aposentos da capitania.
-É um padre vindo de Bizâncio, ele já foi um frísio muitos anos atrás, agora é um romano, ele pediu uma carona para nós, vou levá-lo até as terras de além Britânia, ele quer converter os bárbaros de lá à sua religião, o nome dele é Demetrius.
-Imagino que tal cortesia não tenha sido gratuita general Alderik....
-Trouxe mantimentos mestre Gunter, peixe seco, azeite, vinhos, tecidos, tudo que consegui juntar no meu tempo na Nova Roma. - disse o padre retirando seu gorro e estendendo a mão para cumprimentar Gunter.
O velho marinheiro assentiu com a cabeça e pôs um capuz de couro sobre a cabeça, saiu do aposento da capitania e passou a gritar e dar ordens aos ammans, que passaram as últimas semanas aprendendo tudo que poderiam sobre barcos, cordames, lemes e remos.
-Vamos seus inúteis! Levantem o apoito, quero ver essa casca de noz no mar agora! Que os deuses nos protejam!
Num pequeno altar improvisado, Alderik o Impiedoso, oferecia incensos aos seus ancestrais e aos seus deuses, matou uma galinha e a sangrou no mar, por sua vez o padre Demetrius, segurando seu rosário de lã, persignava-se voltando-se para o leste. ''Que Deus nos proteja''.
-Qual caminho faremos Mestre Gunter? - perguntou Alderik o Impiedoso ao velho lobo do mar.
-Creio que cabotagem pelo sul é o mais indicado, não quero perder terra de vista em nenhum momento, essas águas são traiçoeiras nessa época e podem nos levar ao mar aberto e nos fazer cair nos tentáculos das feras marítimas. - dizia o velho marinheiro consultando alguma cartas marítimas estendidas numa mesa dentro dos aposentos da capitania na popa do navio.
-Não quero topar com o povo''de além da muralha de Adriano'', dizem que aprenderam a fazer pequenas embarcações, assaltam pela noite os navios romanos e cortam as gargantas de todos. - exclamou o líder amman referindo-se aos celtas.
-Quem é o romano? - perguntou o velho Gunter apontando com os olhos ao homem de hábito negro que entrara nos aposentos da capitania.
-É um padre vindo de Bizâncio, ele já foi um frísio muitos anos atrás, agora é um romano, ele pediu uma carona para nós, vou levá-lo até as terras de além Britânia, ele quer converter os bárbaros de lá à sua religião, o nome dele é Demetrius.
-Imagino que tal cortesia não tenha sido gratuita general Alderik....
-Trouxe mantimentos mestre Gunter, peixe seco, azeite, vinhos, tecidos, tudo que consegui juntar no meu tempo na Nova Roma. - disse o padre retirando seu gorro e estendendo a mão para cumprimentar Gunter.
O velho marinheiro assentiu com a cabeça e pôs um capuz de couro sobre a cabeça, saiu do aposento da capitania e passou a gritar e dar ordens aos ammans, que passaram as últimas semanas aprendendo tudo que poderiam sobre barcos, cordames, lemes e remos.
-Vamos seus inúteis! Levantem o apoito, quero ver essa casca de noz no mar agora! Que os deuses nos protejam!
Num pequeno altar improvisado, Alderik o Impiedoso, oferecia incensos aos seus ancestrais e aos seus deuses, matou uma galinha e a sangrou no mar, por sua vez o padre Demetrius, segurando seu rosário de lã, persignava-se voltando-se para o leste. ''Que Deus nos proteja''.
juliogb- Mensagens : 26
Data de inscrição : 10/05/2016
A Chegada
-Terra a vista. - gritou um jovem amman que ficava no alto do mastro.
Após algumas semanas de viagem, de mar bravio, algumas paradas pelo caminho, finalmente chegaram às terras de além da Bretanha, mais conhecida no idioma amman como Westerd, haviam perdido um dia de viagem procurando um lugar apropriado para aportar, devido ao mar bravio e à dificuldade de encontrar uma praia grande o suficiente entre as falésias negras castigadas pela ressaca. O padre vestido de negro, saiu do barco usando o cordame, deixando as águas espumosas das ondas encharcarem suas botas e as barras de seu hábito negro, já desbotado, depois de dar alguns passos, fez um sinal da cruz e ajoelhou-se agradecendo a Deus a viagem, fazendo com que alguns ammans fizessem chacota dele.
-Não entendo por que os imperadores de Roma se converteram à essa religião de proscritos e velhos. - exclamou um soldado amman a outro querendo ser ouvido pelo padre.
O padre levantou-se batendo a areia do hábito e pôs-se a andar pela região, passando pela praia e chegando numa encosta de turfa e rochas que subiam até uma planície, onde ficavam algumas fortalezas ammans e algumas casas de pedra e telhado de musgo.
Por sua vez, Alderik o Impiedoso, colocava sua armadura de escamas, seu capacete que havia pego de um cavaleiro romano, sua capa de pele que colocou sobre os ombros e sua espada, pediu para o dentista/médico/barbeiro da tropa que raspasse sua cabeça e fez tranças na sua barba, pintou o rosto com as cores da sua família, naquele dia, ele iria falar aos soldados ammans estacionados ao sul de Westerd.
Após algumas semanas de viagem, de mar bravio, algumas paradas pelo caminho, finalmente chegaram às terras de além da Bretanha, mais conhecida no idioma amman como Westerd, haviam perdido um dia de viagem procurando um lugar apropriado para aportar, devido ao mar bravio e à dificuldade de encontrar uma praia grande o suficiente entre as falésias negras castigadas pela ressaca. O padre vestido de negro, saiu do barco usando o cordame, deixando as águas espumosas das ondas encharcarem suas botas e as barras de seu hábito negro, já desbotado, depois de dar alguns passos, fez um sinal da cruz e ajoelhou-se agradecendo a Deus a viagem, fazendo com que alguns ammans fizessem chacota dele.
-Não entendo por que os imperadores de Roma se converteram à essa religião de proscritos e velhos. - exclamou um soldado amman a outro querendo ser ouvido pelo padre.
O padre levantou-se batendo a areia do hábito e pôs-se a andar pela região, passando pela praia e chegando numa encosta de turfa e rochas que subiam até uma planície, onde ficavam algumas fortalezas ammans e algumas casas de pedra e telhado de musgo.
Por sua vez, Alderik o Impiedoso, colocava sua armadura de escamas, seu capacete que havia pego de um cavaleiro romano, sua capa de pele que colocou sobre os ombros e sua espada, pediu para o dentista/médico/barbeiro da tropa que raspasse sua cabeça e fez tranças na sua barba, pintou o rosto com as cores da sua família, naquele dia, ele iria falar aos soldados ammans estacionados ao sul de Westerd.
juliogb- Mensagens : 26
Data de inscrição : 10/05/2016
Re: A Espada do Rei
O padre Demetrios caminhava pela estreita faixa de cascalho entre a encosta e as pedras.
Já podia ver a fortificação e as casas, se aproximou, desde o seminário não se sentia ansioso assim, poderia ser o começo de uma nova vida, levando a cristandade a estas terras distantes.
Mais alguns metros e avistou um homem carregando um grande fardo de lenha, mas não era como nenhum homem que ele já havia visto, ele era bem mais alto que os ammans que o trouxeram até ali, um físico sofrido e ao mesmo tempo forte, coberto de cicatrizes. O rosto não era menos peculiar que o corpo, era bruto e anguloso, com proeminentes queixo e nariz.
“Olá meu bom homem! Poderia dizer-me como posso falar com o líder de vocês?” Disse Demetrios em frísio, língua bem próxima ao Ammanês, na esperança de que aquele homem o entendesse. Porém, Demetrios não poderia esperar tal reação, aquele homem ao ouvir Demetrios falar em Frísio, tentando parecer Ammanês, fez com que aquele homem gigantesco caísse de joelhos com olhar fixo ao chão, como se esperasse um castigo.
“Calma! Homem de Deus! Somente quero saber onde está o chefe de vocês!” Disse o padre recebendo um gesto em resposta, o qual apontava para o centro da fortificação.
“Qual seu nome, filho?” Disse Demetrios levantando queixo do homem para que ele o olhasse diretamente.
“Erteu” Disse o homem com um olhar quase morto de tão inexpressivo.
“Obrigado Erteu! Qual é o nome do homem que eu devo procurar?”
“Gerhard Eken” respondeu o homem, apaticamente como se estivesse em choque, apavorado. Demetrios não conseguia entender tanto pavor vindo daquele homem. Olhos os cavacos de madeira que ele carregava e no meio estava um entalhado, com um desenho similar a uma Triquetra.
Erteu assustado, percebendo que o padre havia visto a madeira entalhada se joga no chão segurando as bordas da túnica como se implorasse piedade.
“Calma! Calma! Homem! Olhe, tenho um desenho parecido!” Disse Demetrio mostrando uma Triquetra Cristã, símbolo da tirndade. Erteu ao ver o símbolo nas coisas do padre fica em choque com um sorriso bobo na face.
Demetrios sem entender nada segue seu caminho para a fortaleza de Gerhard Eken.
Já podia ver a fortificação e as casas, se aproximou, desde o seminário não se sentia ansioso assim, poderia ser o começo de uma nova vida, levando a cristandade a estas terras distantes.
Mais alguns metros e avistou um homem carregando um grande fardo de lenha, mas não era como nenhum homem que ele já havia visto, ele era bem mais alto que os ammans que o trouxeram até ali, um físico sofrido e ao mesmo tempo forte, coberto de cicatrizes. O rosto não era menos peculiar que o corpo, era bruto e anguloso, com proeminentes queixo e nariz.
“Olá meu bom homem! Poderia dizer-me como posso falar com o líder de vocês?” Disse Demetrios em frísio, língua bem próxima ao Ammanês, na esperança de que aquele homem o entendesse. Porém, Demetrios não poderia esperar tal reação, aquele homem ao ouvir Demetrios falar em Frísio, tentando parecer Ammanês, fez com que aquele homem gigantesco caísse de joelhos com olhar fixo ao chão, como se esperasse um castigo.
“Calma! Homem de Deus! Somente quero saber onde está o chefe de vocês!” Disse o padre recebendo um gesto em resposta, o qual apontava para o centro da fortificação.
“Qual seu nome, filho?” Disse Demetrios levantando queixo do homem para que ele o olhasse diretamente.
“Erteu” Disse o homem com um olhar quase morto de tão inexpressivo.
“Obrigado Erteu! Qual é o nome do homem que eu devo procurar?”
“Gerhard Eken” respondeu o homem, apaticamente como se estivesse em choque, apavorado. Demetrios não conseguia entender tanto pavor vindo daquele homem. Olhos os cavacos de madeira que ele carregava e no meio estava um entalhado, com um desenho similar a uma Triquetra.
Erteu assustado, percebendo que o padre havia visto a madeira entalhada se joga no chão segurando as bordas da túnica como se implorasse piedade.
“Calma! Calma! Homem! Olhe, tenho um desenho parecido!” Disse Demetrio mostrando uma Triquetra Cristã, símbolo da tirndade. Erteu ao ver o símbolo nas coisas do padre fica em choque com um sorriso bobo na face.
Demetrios sem entender nada segue seu caminho para a fortaleza de Gerhard Eken.
ANTONINI-Leo- Mensagens : 29
Data de inscrição : 07/05/2016
Re: A Espada do Rei
O arraial de Gerhard Eken era um dos maiores e mais prósperos da região, metade dele havia sido conquistado recentemente de um outro lorde amman que fora incompetente e acabou enfrentando um motim de seus próprios homens, aproveitando a situação, Eken conquistou o outro ''feudo'' e matou seu antigo dono.
Gerhard Eken era um amman pouco típico, havia nascido em Westerd mesmo, aos 15 anos, partiu com seu pai numa expedição rumo ao continente, onde juntou-se com uma horda de bárbaros germânicos para saquear Roma, após o saque, vagou pela Europa como mercenário na legião romana, onde aprendeu grego e latim, além de absorver muito da cultura romana; era considerado um homem culto e ilustrado para os padrões ammans, vestia-se com tecidos finos, aparava as pontas da barba castanho clara, usava anéis de ouro e prata e tinha como esposa Eudóxia, uma jovem ilíria cristã de cabelos negros e olhos grandes e castanho claros, exótica para os padrões ammans.
O sacerdote adentrou o arraial de Eken, bem organizado, limpo e com sinais de que passava por um período de vacas gordas. A residência de Eken era uma casa de pedra que seguia o estilo romano, térrea, com telhado de cerâmica, uma cozinha grande, vários aposentos e um pátio interno.
Um batedor à cavalo veio de encontro dele, um jovem ruivo de cota de malha e capacete e um escudo redondo pintado de verde e branco que guardava os portões da muralha de paliçada.
-Aonde vai meu senhor?
-Meu nome é Demetrius, venho de Constantinopla, vim falar com seu mestre, Gerhard Eken, vim na expedição de Alderik o Impiedoso, quero conhecer o senhor destas terras.
-Vou anunciá-lo para o Senhor Eken, em breve será chamado.
O cavalariço num movimento rápido saiu à galope rumo paliçada adentro, em alguns minutos, voltou.
-Pode entrar mestre Demetrius.
O padre adentrou os portões da muralha, vendo várias construções bem assentadas de pedra, uma estrebaria, alguns servos domésticos, nativos provavelmente, de rostos angulosos e muito altos, sentiu cheiro de cordeiro assado ''cheguei para o almoço''- pensou.
Finalmente chegou na casa de Mestre Eken, uma mulher de vestimentas cor de vinho, cabeça coberta, joias no pescoço, nas mãos e na testa, além de ter o rosto tatuado, o saudou em grego.
-Por favor Padre Demetrius, mestre Eken o espera.
Ao chegar na sala principal da residência, viu Gerhard Eken sentado saboreando um pedaço de carne temperada, o homem limpou a boca com um pano e levantou-se.
-Padre Demetrius, fiquei feliz quando soube de sua vinda. - disse o amman aproximando-se do padre e lhe beijando três vezes o rosto como era costume no mediterrâneo.
-É uma honra ser recebido em sua casa Mestre Eken, vejo que o senhor passou muitos anos em Roma.
-Sim, sim, fui mercenário na tropa da Legião Claudia Pia Fidelis muitos anos atrás...sabe, os ammans precisam parar com esses costumes incivilizados, isso não é bom para os negócios, veja meu arraial, em poucos anos fiz desse buraco esquecido pelos deuses um pequeno Elísio.
-Não conheci todas as suas terras, mas me parece ser limpo, organizado e prospero.
-Bem, por favor, sente-se, coma...temos carneiro assado, pão, arenque defumado e frutos secos.
O padre assentou-se na farta mesa junto da família de Gerhard, sua esposa Eudóxia com sua dama de companhia, Ariadne (a moça que o recebeu na porta), o filho do primeiro casamento de Gerhart, Markus, que tinha em torno de 20 anos, sua esposa, uma moça adolescente de cabelos ruivos cacheados e rosto sardento, uma celta provavelmente.
-Vejo que sua esposa é cristã mestre Eken. - disse o padre ao reparar no crucifixo de prata que a mulher usava.
-Sim, ela é cristã, eu a comprei numa feira de escravos na Macedônia e a tomei como esposa 2 anos depois. Aliás, o senhor veio em bom tempo, gostaria de me casar com ela segundo o rito dos cristãos, acho que será interessante, o senhor pode celebrar a ocasião?
-Creio que sim Mestre Eken, seria uma honra.
-Ficaria muito feliz que nos casasse Padre. - disse a mulher discretamente, olhando para o chão.
-Foi bem tratado na viagem Padre? - perguntou o amman.
-Bem, Alderik me tratou bem, até me surpreendi, a tripulação nem tanto, ouvi piadas a viagem inteira, mas estou acostumado e nem me ofendo mais. Aliás, trouxe alguns presentes, vou mandar trazer para o senhor. Creio que estão sendo descarregados.
-Eu mandarei meus empregados buscar sua bagagem, não se preocupe....agora termine de comer, preciso mostrar-lhe minhas terras. - disse empolgado o amman que limpava o vinho do bigode, jogando o pano na mesa e levantando-se em direção a seu cinto com sua espada.
Gerhard Eken era um amman pouco típico, havia nascido em Westerd mesmo, aos 15 anos, partiu com seu pai numa expedição rumo ao continente, onde juntou-se com uma horda de bárbaros germânicos para saquear Roma, após o saque, vagou pela Europa como mercenário na legião romana, onde aprendeu grego e latim, além de absorver muito da cultura romana; era considerado um homem culto e ilustrado para os padrões ammans, vestia-se com tecidos finos, aparava as pontas da barba castanho clara, usava anéis de ouro e prata e tinha como esposa Eudóxia, uma jovem ilíria cristã de cabelos negros e olhos grandes e castanho claros, exótica para os padrões ammans.
O sacerdote adentrou o arraial de Eken, bem organizado, limpo e com sinais de que passava por um período de vacas gordas. A residência de Eken era uma casa de pedra que seguia o estilo romano, térrea, com telhado de cerâmica, uma cozinha grande, vários aposentos e um pátio interno.
Um batedor à cavalo veio de encontro dele, um jovem ruivo de cota de malha e capacete e um escudo redondo pintado de verde e branco que guardava os portões da muralha de paliçada.
-Aonde vai meu senhor?
-Meu nome é Demetrius, venho de Constantinopla, vim falar com seu mestre, Gerhard Eken, vim na expedição de Alderik o Impiedoso, quero conhecer o senhor destas terras.
-Vou anunciá-lo para o Senhor Eken, em breve será chamado.
O cavalariço num movimento rápido saiu à galope rumo paliçada adentro, em alguns minutos, voltou.
-Pode entrar mestre Demetrius.
O padre adentrou os portões da muralha, vendo várias construções bem assentadas de pedra, uma estrebaria, alguns servos domésticos, nativos provavelmente, de rostos angulosos e muito altos, sentiu cheiro de cordeiro assado ''cheguei para o almoço''- pensou.
Finalmente chegou na casa de Mestre Eken, uma mulher de vestimentas cor de vinho, cabeça coberta, joias no pescoço, nas mãos e na testa, além de ter o rosto tatuado, o saudou em grego.
-Por favor Padre Demetrius, mestre Eken o espera.
Ao chegar na sala principal da residência, viu Gerhard Eken sentado saboreando um pedaço de carne temperada, o homem limpou a boca com um pano e levantou-se.
-Padre Demetrius, fiquei feliz quando soube de sua vinda. - disse o amman aproximando-se do padre e lhe beijando três vezes o rosto como era costume no mediterrâneo.
-É uma honra ser recebido em sua casa Mestre Eken, vejo que o senhor passou muitos anos em Roma.
-Sim, sim, fui mercenário na tropa da Legião Claudia Pia Fidelis muitos anos atrás...sabe, os ammans precisam parar com esses costumes incivilizados, isso não é bom para os negócios, veja meu arraial, em poucos anos fiz desse buraco esquecido pelos deuses um pequeno Elísio.
-Não conheci todas as suas terras, mas me parece ser limpo, organizado e prospero.
-Bem, por favor, sente-se, coma...temos carneiro assado, pão, arenque defumado e frutos secos.
O padre assentou-se na farta mesa junto da família de Gerhard, sua esposa Eudóxia com sua dama de companhia, Ariadne (a moça que o recebeu na porta), o filho do primeiro casamento de Gerhart, Markus, que tinha em torno de 20 anos, sua esposa, uma moça adolescente de cabelos ruivos cacheados e rosto sardento, uma celta provavelmente.
-Vejo que sua esposa é cristã mestre Eken. - disse o padre ao reparar no crucifixo de prata que a mulher usava.
-Sim, ela é cristã, eu a comprei numa feira de escravos na Macedônia e a tomei como esposa 2 anos depois. Aliás, o senhor veio em bom tempo, gostaria de me casar com ela segundo o rito dos cristãos, acho que será interessante, o senhor pode celebrar a ocasião?
-Creio que sim Mestre Eken, seria uma honra.
-Ficaria muito feliz que nos casasse Padre. - disse a mulher discretamente, olhando para o chão.
-Foi bem tratado na viagem Padre? - perguntou o amman.
-Bem, Alderik me tratou bem, até me surpreendi, a tripulação nem tanto, ouvi piadas a viagem inteira, mas estou acostumado e nem me ofendo mais. Aliás, trouxe alguns presentes, vou mandar trazer para o senhor. Creio que estão sendo descarregados.
-Eu mandarei meus empregados buscar sua bagagem, não se preocupe....agora termine de comer, preciso mostrar-lhe minhas terras. - disse empolgado o amman que limpava o vinho do bigode, jogando o pano na mesa e levantando-se em direção a seu cinto com sua espada.
Última edição por juliogb em Qua Jun 08, 2016 1:59 am, editado 2 vez(es)
juliogb- Mensagens : 26
Data de inscrição : 10/05/2016
Re: A Espada do Rei
Naquela primeira noite, após a refeição na sala da lareira, Gerhard Eken mandou prepararem um quarto para o Padre Demetrius.
“Muito obrigado pela hospitalidade, Senhor Eken! Que Deus Vos Abençoe!” Disse Demetrius.
“Obrigado Padre! Mas sei que um homem adulto precisa de seu lugar!” Disse Eken chamando um outro amman com um gesto, “Hessen! Amanhã mesmo veja como está o velho celeiro e chame alguns homens para te ajudar na reforma. Faça com que seja um bom lugar para Mestre Demetrio morar e celebrar sua fé” Disse Eken.
Demetrius agradeceu mais uma vez e se retirou para seu quarto a fim de fazer orações e depois dormir.
Na sala ficaram somente Gerhard Eken e Hessen, um jovem e forte Amman de 27 anos, cabelos castanhos, longos e lisos e barba trançada.
“Senhor Eken! Não sei se nossos vizinhos gostarão de um Cristão celebrando aqui!” Disse Hessen.
“Hessen meu jovem! Nossos vizinhos falando e um boi cagando é a mesma coisa! Eles não tem força para nos fazer nada!” Disse Eken em tom de gracejo.
“Mas e o Marskalk?” Perguntou Hessen baixando o tom da voz.
“Este nos visita no máximo uma vez ao ano! Mas também por isso que eu disse para reformar o velho celeiro!” Disse Eken.
“Sim! O Senhor é mesmo muito esperto Mestre Eken! O Velho celeiro fica longe, quase no bosque!” Disse Hessen animado e sem seguida coçando a cabeça como que evitando uma pergunta.
“Diga Hessen!” Falou Eken como se quisesse colocar um fim na conversa.
“O Senhor acredita mesmo na fé deste Demetrius?” Perguntou Hessen.
“Hessen, sinceramente não! Mas isso deixa minha esposa feliz e também coloca um letrado em minhas terras, sempre é bom ter mais gente estudada conosco! Bom agora vou para meus aposentos e não quero ser interrompido, minha amada esposa está muito agradecida e quer demonstrar isto” Disse Eken se retirando.
“Muito obrigado pela hospitalidade, Senhor Eken! Que Deus Vos Abençoe!” Disse Demetrius.
“Obrigado Padre! Mas sei que um homem adulto precisa de seu lugar!” Disse Eken chamando um outro amman com um gesto, “Hessen! Amanhã mesmo veja como está o velho celeiro e chame alguns homens para te ajudar na reforma. Faça com que seja um bom lugar para Mestre Demetrio morar e celebrar sua fé” Disse Eken.
Demetrius agradeceu mais uma vez e se retirou para seu quarto a fim de fazer orações e depois dormir.
Na sala ficaram somente Gerhard Eken e Hessen, um jovem e forte Amman de 27 anos, cabelos castanhos, longos e lisos e barba trançada.
“Senhor Eken! Não sei se nossos vizinhos gostarão de um Cristão celebrando aqui!” Disse Hessen.
“Hessen meu jovem! Nossos vizinhos falando e um boi cagando é a mesma coisa! Eles não tem força para nos fazer nada!” Disse Eken em tom de gracejo.
“Mas e o Marskalk?” Perguntou Hessen baixando o tom da voz.
“Este nos visita no máximo uma vez ao ano! Mas também por isso que eu disse para reformar o velho celeiro!” Disse Eken.
“Sim! O Senhor é mesmo muito esperto Mestre Eken! O Velho celeiro fica longe, quase no bosque!” Disse Hessen animado e sem seguida coçando a cabeça como que evitando uma pergunta.
“Diga Hessen!” Falou Eken como se quisesse colocar um fim na conversa.
“O Senhor acredita mesmo na fé deste Demetrius?” Perguntou Hessen.
“Hessen, sinceramente não! Mas isso deixa minha esposa feliz e também coloca um letrado em minhas terras, sempre é bom ter mais gente estudada conosco! Bom agora vou para meus aposentos e não quero ser interrompido, minha amada esposa está muito agradecida e quer demonstrar isto” Disse Eken se retirando.
ANTONINI-Leo- Mensagens : 29
Data de inscrição : 07/05/2016
Re: A Espada do Rei
A noite foi tranquila, o leito que deram a Demetrius era macio, uma cama de palha coberta por peças de couro de ovelha, tanto que dormiu além da conta, quando Demetrius abriu os olhos era quase meio dia.
Ao lado no canto do quarto estava uma menina de no máximo 12 anos com cabelos brancos e olhos azuis, tinha um rosto diferente, e uma estrutura bastante forte, de certo era uma criança do povo nativo da ilha. A menina trouxe uma bacia de água e uma toalha à Demetrius.
“Obrigado criança! Qual seu nome?” Perguntou Demetrius à criança sem receber resposta.
“Não precisa ficar com medo ou vergonha. Não lhe farei nenhum mau, eu sirvo àquele que trás a paz e o amor!” Disse Demetrius, mas sem conseguir tirar qualquer palavra da menina.
“A Senhora a chama de Athaline! Ela é muda!” Disse Hessen chegando à porta.
“É de nascença?” Perguntou Demetrios enquanto fazia um afago nos cabelos brancos conseguindo tirar um tímido sorriso da menina.
“Ninguém sabe! O Mestre a encontrou entre mortos abraçada a um cadáver de uma nativa, deveria ser a mãe!” Disse Hessen.
“Como assim!” Disse Demetrius espantado.
“Nem todas as pessoas são boas Padre! Considere-se um homem de sorte de ter desembarcado nas terras de Mestre Eken!” Disse Hessen como se tivesse mais a dizer, mas se segurasse. Demetrius entendeu e não perguntou mais, lavou o rosto com a água que a garota trouxera e se levantou.
“Obrigado Athaline!” Disse o padre devolvendo o pano com o qual enxugara o rosto.
“Mestre Demetrius, o sol está alto e nosso dia será longo. Temos a sua casa e templo para arrumar!” Disse Hessen.
“Pois é, não costumo ceder ao pecado da preguiça, mas faz meses em que não deitava em uma cama decente! Vamos meu bom Hessen! O resto de nossas vidas nos espera!” Disse Demetrius saindo porta a fora.
“Deixe que ajudo” Disse Hessen pegando algumas coisas do padre, dentre elas um papiro com o desenho da Triquetra Cristã.
“O que é isso, Mestre Demetrius?” Disse hessen transtornado.
“É a Triquetra, um dos símbolos cristãos” Disse Demetrius serenamente e estranhando que Hessen também reagisse com espanto ao símbolo.
“Bom... não mostre isto por ai. É muito parecido com o símbolo da religião dos nativos! E é proibida! Pode ter problemas” Disse Hessen enrolando o papiro.
Demetrius quis se despedir do dono da casa antes de sair, mas Mestre Eken tinha saído a cavalo, então discretamente ascenou para a Senhora Eudoxia que estava na sala da lareira com Athaline limpando um pouco de carvão tinha sujado o rosto da garota.
Já fora da casa Hessen e Demetrius pegaram uma carroça e atravessara a paliçada que separa o lugar que ficam as casas da área de plantação e criação de animais..
“Me intriga o povo daqui, são muito tímidos” Disse Demetrius.
“Não é bem timidez! Muitos deles passaram a ser do Mestre Eken há somente alguns anos!” Disse Hessen.
“Mestre Eken parece ser um Grande homem e de um grande coração!” Disse Demetrius.
“O grande coração de Eken se chama Eudoxia!” Disse hessen mais uma vez com aquela expressão de ter mais a falar, porém evitando. “Chegamos” completou Hessen mostrando a beira de um bosque um celeiro antigo que seria reformado para servir de casa e igreja para Demetrius.
Aquele celeiro não via viva alma há muitos anos, tinha sido construído de madeira e pedra bem antes da invasão Amman, provavelmente os nativos da ilha viveram ali e guardaram seus alimentos para o inverno e Demetrius estava muito empolgado com aquelas simplória construção que beirava à ruína.
Hessen deixou com Demetrius mantimentos e ferramentas, sendo que a primeira coisa que o padre construiu foi uma cruz para marcar aquele local, agora santo.
Toda manhã Demetrius fazia suas orações arrumava a igreja (seu quarto ficava nos fundos fazendo vezes de sacristia, após caminhava pelas redondezas lembrando sempre do alerta de Mestre Eken para não se afastar muito.
Demetrius realizava missas na igrejinha três vezes por semana, sábado, domingo e quarta-feira, sendo a Senhora Eudóxia tinha lugar cativo junto com sua dama de companhia e a pequena Athaline, e muitas vezes eram os únicos presentes. Mestre Eken as vezes aparecia de domingo, normalmente o primeiro domingo do mês, mais para ver como o Padre estava do que para participar da celebração. Assim que a reforma estivesse terminada Demetrius realizaria o casamento de Eudóxia e Eken alí.
No entanto, a igreja ficava longe o suficiente da casa de Eken para que Demetrius tivesse avistamento de nativos dentre os bosques e observasse sua própria curiosidade crescendo de pouco em pouco.
Já fazia mais de um mês que Demetrius estava em Westerd e o inverno já se aproximava, sendo que em uma segunda-feira fria, após suas orações saiu ao bosque para cortar lenha para a lareira, vestindo seu habito negro....
Ao lado no canto do quarto estava uma menina de no máximo 12 anos com cabelos brancos e olhos azuis, tinha um rosto diferente, e uma estrutura bastante forte, de certo era uma criança do povo nativo da ilha. A menina trouxe uma bacia de água e uma toalha à Demetrius.
“Obrigado criança! Qual seu nome?” Perguntou Demetrius à criança sem receber resposta.
“Não precisa ficar com medo ou vergonha. Não lhe farei nenhum mau, eu sirvo àquele que trás a paz e o amor!” Disse Demetrius, mas sem conseguir tirar qualquer palavra da menina.
“A Senhora a chama de Athaline! Ela é muda!” Disse Hessen chegando à porta.
“É de nascença?” Perguntou Demetrios enquanto fazia um afago nos cabelos brancos conseguindo tirar um tímido sorriso da menina.
“Ninguém sabe! O Mestre a encontrou entre mortos abraçada a um cadáver de uma nativa, deveria ser a mãe!” Disse Hessen.
“Como assim!” Disse Demetrius espantado.
“Nem todas as pessoas são boas Padre! Considere-se um homem de sorte de ter desembarcado nas terras de Mestre Eken!” Disse Hessen como se tivesse mais a dizer, mas se segurasse. Demetrius entendeu e não perguntou mais, lavou o rosto com a água que a garota trouxera e se levantou.
“Obrigado Athaline!” Disse o padre devolvendo o pano com o qual enxugara o rosto.
“Mestre Demetrius, o sol está alto e nosso dia será longo. Temos a sua casa e templo para arrumar!” Disse Hessen.
“Pois é, não costumo ceder ao pecado da preguiça, mas faz meses em que não deitava em uma cama decente! Vamos meu bom Hessen! O resto de nossas vidas nos espera!” Disse Demetrius saindo porta a fora.
“Deixe que ajudo” Disse Hessen pegando algumas coisas do padre, dentre elas um papiro com o desenho da Triquetra Cristã.
“O que é isso, Mestre Demetrius?” Disse hessen transtornado.
“É a Triquetra, um dos símbolos cristãos” Disse Demetrius serenamente e estranhando que Hessen também reagisse com espanto ao símbolo.
“Bom... não mostre isto por ai. É muito parecido com o símbolo da religião dos nativos! E é proibida! Pode ter problemas” Disse Hessen enrolando o papiro.
Demetrius quis se despedir do dono da casa antes de sair, mas Mestre Eken tinha saído a cavalo, então discretamente ascenou para a Senhora Eudoxia que estava na sala da lareira com Athaline limpando um pouco de carvão tinha sujado o rosto da garota.
Já fora da casa Hessen e Demetrius pegaram uma carroça e atravessara a paliçada que separa o lugar que ficam as casas da área de plantação e criação de animais..
“Me intriga o povo daqui, são muito tímidos” Disse Demetrius.
“Não é bem timidez! Muitos deles passaram a ser do Mestre Eken há somente alguns anos!” Disse Hessen.
“Mestre Eken parece ser um Grande homem e de um grande coração!” Disse Demetrius.
“O grande coração de Eken se chama Eudoxia!” Disse hessen mais uma vez com aquela expressão de ter mais a falar, porém evitando. “Chegamos” completou Hessen mostrando a beira de um bosque um celeiro antigo que seria reformado para servir de casa e igreja para Demetrius.
Aquele celeiro não via viva alma há muitos anos, tinha sido construído de madeira e pedra bem antes da invasão Amman, provavelmente os nativos da ilha viveram ali e guardaram seus alimentos para o inverno e Demetrius estava muito empolgado com aquelas simplória construção que beirava à ruína.
Hessen deixou com Demetrius mantimentos e ferramentas, sendo que a primeira coisa que o padre construiu foi uma cruz para marcar aquele local, agora santo.
Toda manhã Demetrius fazia suas orações arrumava a igreja (seu quarto ficava nos fundos fazendo vezes de sacristia, após caminhava pelas redondezas lembrando sempre do alerta de Mestre Eken para não se afastar muito.
Demetrius realizava missas na igrejinha três vezes por semana, sábado, domingo e quarta-feira, sendo a Senhora Eudóxia tinha lugar cativo junto com sua dama de companhia e a pequena Athaline, e muitas vezes eram os únicos presentes. Mestre Eken as vezes aparecia de domingo, normalmente o primeiro domingo do mês, mais para ver como o Padre estava do que para participar da celebração. Assim que a reforma estivesse terminada Demetrius realizaria o casamento de Eudóxia e Eken alí.
No entanto, a igreja ficava longe o suficiente da casa de Eken para que Demetrius tivesse avistamento de nativos dentre os bosques e observasse sua própria curiosidade crescendo de pouco em pouco.
Já fazia mais de um mês que Demetrius estava em Westerd e o inverno já se aproximava, sendo que em uma segunda-feira fria, após suas orações saiu ao bosque para cortar lenha para a lareira, vestindo seu habito negro....
ANTONINI-Leo- Mensagens : 29
Data de inscrição : 07/05/2016
Re: A Espada do Rei
Ao voltar da sua caminhada em busca de lenha, viu a Senhora Eudóxia, com Athaline e sua dama de companhia, Ariadne e mais dois guarda-costas, um deles, havia conhecido no navio, um amman cristão.
-Bom dia senhora.
-Bom dia padre. Como está?
-Muito bom, me preparando para o inverno, receio que os invernos daqui sejam duros e escuros.
-Pra nós que moramos mais perto do mediterrâneo é uma época bem triste eu diria Padre. - disse a senhora gentilmente.
-Em que posso ajudá-la senhora?
-Eu que estou lhe ajudando Padre, trouxe esses dois ammans para ajudá-lo a deixar esta pequena paróquia em bom estado, agora no inverno vocês podem se concentrar na parte interna, construir um altar mais apropriado, um templon e quem sabe escrever alguns ícones...meu marido cedeu algumas tábuas de madeira, e nosso caro Soren é um excelente marceneiro. - disse a senhora apontando para o jovem amman de cabelos longos louros e barba fina com um crucifixo rústico de madeira no pescoço.
-Muito obrigado, eu aceito a ajuda. Mas para os ícones eu precisaria de tintas, ovos, óleo e pigmentos, e não vi muita coisa que ajude por aqui.
-Vais precisar da ajuda de algum nativo que conheça as plantas e os minerais, talvez ele saiba onde conseguir os pigmentos para as tintas.
-Obrigado senhora, procurarei algum.
A senhora se despediu do padre e deixou os dois ammans que descarregaram de uma carroça as tábuas de madeira e algumas ferramentas.
-Bom dia senhora.
-Bom dia padre. Como está?
-Muito bom, me preparando para o inverno, receio que os invernos daqui sejam duros e escuros.
-Pra nós que moramos mais perto do mediterrâneo é uma época bem triste eu diria Padre. - disse a senhora gentilmente.
-Em que posso ajudá-la senhora?
-Eu que estou lhe ajudando Padre, trouxe esses dois ammans para ajudá-lo a deixar esta pequena paróquia em bom estado, agora no inverno vocês podem se concentrar na parte interna, construir um altar mais apropriado, um templon e quem sabe escrever alguns ícones...meu marido cedeu algumas tábuas de madeira, e nosso caro Soren é um excelente marceneiro. - disse a senhora apontando para o jovem amman de cabelos longos louros e barba fina com um crucifixo rústico de madeira no pescoço.
-Muito obrigado, eu aceito a ajuda. Mas para os ícones eu precisaria de tintas, ovos, óleo e pigmentos, e não vi muita coisa que ajude por aqui.
-Vais precisar da ajuda de algum nativo que conheça as plantas e os minerais, talvez ele saiba onde conseguir os pigmentos para as tintas.
-Obrigado senhora, procurarei algum.
A senhora se despediu do padre e deixou os dois ammans que descarregaram de uma carroça as tábuas de madeira e algumas ferramentas.
juliogb- Mensagens : 26
Data de inscrição : 10/05/2016
Re: A Espada do Rei
Após Senhora Eudóxia rezar na igreja ainda em se retirou com sua dama de companhia e Athaline deixando os dois ammans trabalhando no celeiro, digo igreja.
Demetrius ficou pensando no conselho dado pela Sra. Eudóxia sobre procurar ajuda de um nativo, isto somado a sua crescente curiosidade sobre o povo nativo de Westerd fez tomar uma decisão, iria deixar aqueles bons homens cuidando da reforma por um dia e iria procurar um nativo que lhe ajudasse, mas não antes de pegar algumas orientações.
Demetrius chega lentamente perto de Soren que trabalhava um cavaco de madeira.
“Meu bom Soren, diga-me uma coiss” Disse Demetrius.
“Sim Padre, o que deseja saber?” Disse Soren tirando os olhos da madeira e focando no padre.
“Poderia me falar sobre esta gente daqui? Eles não se parecem com ninguém que eu conheça!” Disse Demetrius.
“É mesmo Padre! Eu sou do continente como o Senhor, mas tenho família aqui! Pelo que sei eles tem algum parentesco com os celtas, mas não são celtas” Disse Soren.
“Sim, há alguma coisa que lembra os celtas, mas eles são muito mais brutos e grandes. Quando cheguei não pude evitar de lembrar de algumas lendas pagãs que me contavam na Frísia quando era criança.” Disse Demetrius a meia voz.
“Hahahahaha! Foi exatamente o que eu pensei quando coloquei os pés aqui a primeira vez!” Disse Soren durante um longo sorriso.
“Mas a pesar da aparência parecem inofensivos! A maioria age sempre com medo, mau falam! Um só falou comigo, pois viu um desenho de Triquetra nas minhas coisas. Parece que aqui isto não simboliza a santíssima trindade.” Disse Demetrius.
“É que a Triquetra é muito parecida com o símbolo da religião deles. Reagem como nós se víssemos uma cruz.,” Explicou Soren.
“É já tinham me dito algo a respeito na casa do Sr. Eken. Me disseram também para não mostra-la que a religião nativa é proibida! Não que eu ache que cresnças pagãs devam correr livremente por ai, mas não entendo o motivo pelo qual o Sr. Eken a proíbe!” Disse Demetrius.
“Ele não proíbe, na verdade o Sr. Eken faz vistas grossas dentro do possível, se o Sr. Andar pelos bosques pode ser que encontre algum ritual nativo! Eu já vi, é uma religião bastante inofensiva aparentemente! Penso que talvez seja um povo que aceite o Cristianismo com o tempo!” Disse Soren.
“Que o Altíssimo o escute, caro Soren! Vim a estas terras longínquas exatamente para espalhar a cristandade!” Disse Demetrius.
“Digo Amém a isto!” Disse Soren enfaticamente.
“Mas então, por que a religião deles é proibida?” Perguntou Demetrius.
“É uma determinação antiga dos Marskalks que o atual Marskalk faz questão de cumprir!” Disse Soren.
“Marskalk, de vez em quando escuto esse nome dito com muito cuidado! Como se falassem o nome do tinhoso!” Disse Demetrius ao sussurro.
“É quase isso mesmo, Padre! Entenda, nós Ammans não temos reis, somos vários grupos comandados por Senhores, comandantes de terras, capitães de navios etc. Mas o que mantém a unidade Amman é hierarquia de guerra! Marskalk é o mais alto posto militar Amman, é honorífico.
Um Marskalk viaja pelas terras ammans acompanhado de um batalhão de elite ao seu comando, ele fiscaliza os Senhores Ammans!” Disse Soren.
“E se esse Marskalk, soubesse como o Senhor Eken faz as coisas?” Perguntou Demetrius assustado.
“Não quero nem imaginar isto, Padre” Disse Soren fazendo o sinal da cruz rapidamente três vezes.
“Espero que nunca Saibamos! Mas me diga outra coisa Soren! Onde posso achar um nativo que conheça a natureza daqui, plantas, ervas essas coisas?” Perguntou Demetrius.
“Existem alguns nativos fugidos! Padres da religião nativa que vivem nos bosques, as vezes os nativos do Sr. Eken vão lá ter celebrações e rituais com eles! Esses homens são os que mais conhecem essas coisas! Dizem que são bons curandeiros também!” Disse Soren.
“Curandeiros. Não acredito nessas coisas. Mas o conhecimento de um homem desses sobre a região seria útil!” Disse Demtrius pegando seu cajado de caminhada e indo em direção as árvores e adentrando ao bosque de pinheiros e carvalhos.
Demetrius ficou pensando no conselho dado pela Sra. Eudóxia sobre procurar ajuda de um nativo, isto somado a sua crescente curiosidade sobre o povo nativo de Westerd fez tomar uma decisão, iria deixar aqueles bons homens cuidando da reforma por um dia e iria procurar um nativo que lhe ajudasse, mas não antes de pegar algumas orientações.
Demetrius chega lentamente perto de Soren que trabalhava um cavaco de madeira.
“Meu bom Soren, diga-me uma coiss” Disse Demetrius.
“Sim Padre, o que deseja saber?” Disse Soren tirando os olhos da madeira e focando no padre.
“Poderia me falar sobre esta gente daqui? Eles não se parecem com ninguém que eu conheça!” Disse Demetrius.
“É mesmo Padre! Eu sou do continente como o Senhor, mas tenho família aqui! Pelo que sei eles tem algum parentesco com os celtas, mas não são celtas” Disse Soren.
“Sim, há alguma coisa que lembra os celtas, mas eles são muito mais brutos e grandes. Quando cheguei não pude evitar de lembrar de algumas lendas pagãs que me contavam na Frísia quando era criança.” Disse Demetrius a meia voz.
“Hahahahaha! Foi exatamente o que eu pensei quando coloquei os pés aqui a primeira vez!” Disse Soren durante um longo sorriso.
“Mas a pesar da aparência parecem inofensivos! A maioria age sempre com medo, mau falam! Um só falou comigo, pois viu um desenho de Triquetra nas minhas coisas. Parece que aqui isto não simboliza a santíssima trindade.” Disse Demetrius.
“É que a Triquetra é muito parecida com o símbolo da religião deles. Reagem como nós se víssemos uma cruz.,” Explicou Soren.
“É já tinham me dito algo a respeito na casa do Sr. Eken. Me disseram também para não mostra-la que a religião nativa é proibida! Não que eu ache que cresnças pagãs devam correr livremente por ai, mas não entendo o motivo pelo qual o Sr. Eken a proíbe!” Disse Demetrius.
“Ele não proíbe, na verdade o Sr. Eken faz vistas grossas dentro do possível, se o Sr. Andar pelos bosques pode ser que encontre algum ritual nativo! Eu já vi, é uma religião bastante inofensiva aparentemente! Penso que talvez seja um povo que aceite o Cristianismo com o tempo!” Disse Soren.
“Que o Altíssimo o escute, caro Soren! Vim a estas terras longínquas exatamente para espalhar a cristandade!” Disse Demetrius.
“Digo Amém a isto!” Disse Soren enfaticamente.
“Mas então, por que a religião deles é proibida?” Perguntou Demetrius.
“É uma determinação antiga dos Marskalks que o atual Marskalk faz questão de cumprir!” Disse Soren.
“Marskalk, de vez em quando escuto esse nome dito com muito cuidado! Como se falassem o nome do tinhoso!” Disse Demetrius ao sussurro.
“É quase isso mesmo, Padre! Entenda, nós Ammans não temos reis, somos vários grupos comandados por Senhores, comandantes de terras, capitães de navios etc. Mas o que mantém a unidade Amman é hierarquia de guerra! Marskalk é o mais alto posto militar Amman, é honorífico.
Um Marskalk viaja pelas terras ammans acompanhado de um batalhão de elite ao seu comando, ele fiscaliza os Senhores Ammans!” Disse Soren.
“E se esse Marskalk, soubesse como o Senhor Eken faz as coisas?” Perguntou Demetrius assustado.
“Não quero nem imaginar isto, Padre” Disse Soren fazendo o sinal da cruz rapidamente três vezes.
“Espero que nunca Saibamos! Mas me diga outra coisa Soren! Onde posso achar um nativo que conheça a natureza daqui, plantas, ervas essas coisas?” Perguntou Demetrius.
“Existem alguns nativos fugidos! Padres da religião nativa que vivem nos bosques, as vezes os nativos do Sr. Eken vão lá ter celebrações e rituais com eles! Esses homens são os que mais conhecem essas coisas! Dizem que são bons curandeiros também!” Disse Soren.
“Curandeiros. Não acredito nessas coisas. Mas o conhecimento de um homem desses sobre a região seria útil!” Disse Demtrius pegando seu cajado de caminhada e indo em direção as árvores e adentrando ao bosque de pinheiros e carvalhos.
ANTONINI-Leo- Mensagens : 29
Data de inscrição : 07/05/2016
Re: A Espada do Rei
Constantinopla, alguns anos atrás
A paróquia de Santa Irene era uma das mais primeiras edificações cristãs recentemente findadas, era ampla, bem iluminada e relativamente espaçosa, ali presidia a liturgia daquele domingo, o Bispo Metropolitano Ioanis, junto de vários presbíteros, acólitos e diáconos. Padre Demetrius estava ao lado do Bispo no Santo dos Santos, enquanto o velho clérigo consagrava os elementos da Santíssima Eucaristia. Havia em torno de 100 pessoas na igreja, das quais em torno de 40 se enfileiravam para receber a comunhão.
Quando saíram do Sancta Sanctorum com o enorme cálice com água e vinho misturados, Padre Demetrios e Bispo Ioannes se entreolharam com pesar quando viram a cortesã e cunhada do imperador, Aelia Flaviana e seu fiel capacho, Valério Gracco, o Eunuco, na fila para receber a comunhão.
-Diácono Demétrius, pergunte aos outros padres se Flaviana e o sr. Gracco se confessaram hoje.
-Creio que não amado bispo.
Com um olhar grave mas respeitoso, o Bispo recusou servir a Comunhão aos dois, tampando o grande cálice com um véu bordado dourado.
-Desculpe, mas não posso servi-los do Corpo e do Sangue de Cristo.
Num resmungo Aelia Flaviana retirou-se da fila com seu lacaio efeminado, arrastando as sandálias e bufando como um animal selvagem.
''Você vai se arrepender disso Bispo Ioannis''. Pensou.
Respirando com dificuldade, Padre Demetrius acordou do sonho, parara alguns minutos para sentar-se e descansar nas raízes de um velho carvalho mas acabou adormecendo, mas notou, que ele não estava sozinho, sentado na frente dele, um curioso personagem, o olhava com curiosidade.
A paróquia de Santa Irene era uma das mais primeiras edificações cristãs recentemente findadas, era ampla, bem iluminada e relativamente espaçosa, ali presidia a liturgia daquele domingo, o Bispo Metropolitano Ioanis, junto de vários presbíteros, acólitos e diáconos. Padre Demetrius estava ao lado do Bispo no Santo dos Santos, enquanto o velho clérigo consagrava os elementos da Santíssima Eucaristia. Havia em torno de 100 pessoas na igreja, das quais em torno de 40 se enfileiravam para receber a comunhão.
Quando saíram do Sancta Sanctorum com o enorme cálice com água e vinho misturados, Padre Demetrios e Bispo Ioannes se entreolharam com pesar quando viram a cortesã e cunhada do imperador, Aelia Flaviana e seu fiel capacho, Valério Gracco, o Eunuco, na fila para receber a comunhão.
-Diácono Demétrius, pergunte aos outros padres se Flaviana e o sr. Gracco se confessaram hoje.
-Creio que não amado bispo.
Com um olhar grave mas respeitoso, o Bispo recusou servir a Comunhão aos dois, tampando o grande cálice com um véu bordado dourado.
-Desculpe, mas não posso servi-los do Corpo e do Sangue de Cristo.
Num resmungo Aelia Flaviana retirou-se da fila com seu lacaio efeminado, arrastando as sandálias e bufando como um animal selvagem.
''Você vai se arrepender disso Bispo Ioannis''. Pensou.
Respirando com dificuldade, Padre Demetrius acordou do sonho, parara alguns minutos para sentar-se e descansar nas raízes de um velho carvalho mas acabou adormecendo, mas notou, que ele não estava sozinho, sentado na frente dele, um curioso personagem, o olhava com curiosidade.
juliogb- Mensagens : 26
Data de inscrição : 10/05/2016
Re: A Espada do Rei
Ele era alto, magro e velho. Tinha o rosto anguloso dos nativos com queixo e nariz proeminentes.
Seu semblante era marcado com expressões profundas. Tinha longos cabelos e longas barbas, ambos grisalhos devido à idade. Usava um tipo de túnica cinza e marrom, não muito diferente de como alguns monges se vestem. Em uma das mãos carregava um cajado de madeira, um galho retorcido, provavelmente de carvalho. E alternando entre a boca e a mão estava um rústico cachimbo.
Esse nativo não era tão esquivo como os demais, ele pelo contrário era curioso, rondava Demetrius como que o analisando.
“Kyí’yései du?” Perguntou o nativo repentinamente com ar de curiosidade e sem medo enquanto gesticulava com o cachimbo na mão.
“Não falo sua língua, mas acredito que esteja perguntando meu nome. Certo?” Disse Demetrius em uma mistura de frísio e amman.
“Sim. Você é diferente.” Disse o nativo em amman.
“Demetrius, meu nome é Demetrius!” Disse o padre.
“Demetreu?” Disse o nativo.
“É, quase isso. E você? Kyí’yései du?” Disse Demetrius tentando repetir a frase em língua nativa dita anteriormente pelo estranho velho, o qual reagiu positivamente a tentativa com um sorriso.
“Noreu, K’yéso Noreu!” Disse o nativo.
“Norius?” Disse Demetrius.
“Hahaha. Quase isso!” Respondeu o nativo.
“Senhor Norius, vive em qual propriedade? Nas Terras do Sr. Eken?” Perguntou Demetrius.
“Meu único Senhor é o Grande Espírito, Sr. Demetreu. A pesar de respeitar a tolerância pouco usual que o Sr. Eken tem comigo.” Disse o velho cinzento.
“O que é o Grande Espírito? É como vocês chamam Deus?” Perguntou Demetrius.
“Curiosidade! Ótima qualidade para um Kirk!” Disse Noreu.
“Kirk?” Estranhou demetrius.
“Sim, um homem de fé. Ouvi histórias de um Kirk estrangeiro que tem o desenho de uma tréyel Venho observando. Venha comigo Demetreu, te explico melhor, aqui estamos muito perto dos Ammans, não é seguro.” Disse Noreu.
Seu semblante era marcado com expressões profundas. Tinha longos cabelos e longas barbas, ambos grisalhos devido à idade. Usava um tipo de túnica cinza e marrom, não muito diferente de como alguns monges se vestem. Em uma das mãos carregava um cajado de madeira, um galho retorcido, provavelmente de carvalho. E alternando entre a boca e a mão estava um rústico cachimbo.
Esse nativo não era tão esquivo como os demais, ele pelo contrário era curioso, rondava Demetrius como que o analisando.
“Kyí’yései du?” Perguntou o nativo repentinamente com ar de curiosidade e sem medo enquanto gesticulava com o cachimbo na mão.
“Não falo sua língua, mas acredito que esteja perguntando meu nome. Certo?” Disse Demetrius em uma mistura de frísio e amman.
“Sim. Você é diferente.” Disse o nativo em amman.
“Demetrius, meu nome é Demetrius!” Disse o padre.
“Demetreu?” Disse o nativo.
“É, quase isso. E você? Kyí’yései du?” Disse Demetrius tentando repetir a frase em língua nativa dita anteriormente pelo estranho velho, o qual reagiu positivamente a tentativa com um sorriso.
“Noreu, K’yéso Noreu!” Disse o nativo.
“Norius?” Disse Demetrius.
“Hahaha. Quase isso!” Respondeu o nativo.
“Senhor Norius, vive em qual propriedade? Nas Terras do Sr. Eken?” Perguntou Demetrius.
“Meu único Senhor é o Grande Espírito, Sr. Demetreu. A pesar de respeitar a tolerância pouco usual que o Sr. Eken tem comigo.” Disse o velho cinzento.
“O que é o Grande Espírito? É como vocês chamam Deus?” Perguntou Demetrius.
“Curiosidade! Ótima qualidade para um Kirk!” Disse Noreu.
“Kirk?” Estranhou demetrius.
“Sim, um homem de fé. Ouvi histórias de um Kirk estrangeiro que tem o desenho de uma tréyel Venho observando. Venha comigo Demetreu, te explico melhor, aqui estamos muito perto dos Ammans, não é seguro.” Disse Noreu.
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