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O Esquadrão Inglório

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Mensagem por ANTONINI-Leo Qui Ago 25, 2016 12:56 am

15 horas 32 minutos... Algum lugar do Atlântico Norte, localização secreta.

“Não entendo porque não pudemos ter esta conversa pelo computador” Disse Johann Hegel, representante do serviço secreto helmlandês arrumando o monóculo, trata-se de um clássico aristocrata prussiano em uma túnica militar cinza.

“Simples Her Hegel! Nenhum computador é realmente seguro e estamos nos reunindo em segredo, mesmo de nossos governos!” Disse Maximilian Campbell, representante do MI6 Britannico.

“Sim, me esqueci que seu governo reluta em tomar partido” Disse Hegel em tom de ironia ao britannico.

“Senhores, Senhores! Sem animosidades!” Disse um teute vestido de uniforme totalmente negro caracterizado pela face esquerda do rosto desfigurada, provavelmente queimaduras.

“E o Senhor quem seria? Representante teute, suponho!” Disse Campbell.

“Sim Sir Campbell, pode me chamar de Agente Erteu! Represento a Seção 32!” Disse o teute.

“Todos os agentes teutes se chamam Erteu!” Disse um homem com feições tártaras, representante do Serviço secreto da Crimeia.
“É uma conveniente coincidência General Petrov!” Disse o representante teute.

“Bem, aparentemente somos os únicos que cederam à curiosidade e vieram encontra-lo Sr. Erteu! Pode esclarecer? Somente nos foi dito que seria uma ação conjunta sobre a questão síria, mas que somente as agencias tratariam, não envolveríamos nossos governos” Disse o Britannico.
“Exatamente! Acho bom resolvermos logo isto!” Disse o representante helmlandês.

“Senhores, pois bem! Há algum tempo as guerras eram mais simples. Nós sabíamos quem eram os nossos inimigos. Eram nações contra nações, exércitos de países contra exércitos de países. No entanto hoje lutamos contra um inimigo sem face e sem nacionalidade, o terrorismo! Nossa estratégia convencional está ultrapassada e se revela ineficaz frente a inimigos como o ISIS, por exemplo! Por isso esse encontro visa combatermos fogo com fogo!” Disse o Agente Erteu.

“Você não está sugerindo que usemos técnicas terroristas, justo um teute?” Disse o General Petrov.

“Não, pelo menos não da forma que eles usam e claro que não contra civis. Precisamos sim utilizar o terror, colocar o medo nos corações dos terroristas! Combater fogo com fogo!” Disse o teute.

“Sugestão interessante Agente Erteu, mas nossos homens não estão preparados nem treinados para esse tipo de estratégia, além do que a opinião pública nos condenaria!” Disse Hegel.

“Por isso a opinião pública não saberá! Proponho formarmos um esquadrão maldito, com a pior escória de nossos países! E se algo der errado, bom ... eles já são criminosos mesmo!” Disse o teute.

Assim, os representantes se retiraram para contemplar a proposta e pensar a respeito, meia hora após o pacto secreto entre as agências foi firmado com unanimidade.

“Proponho que em 30 dias nos reuniremos novamente trazendo nossos escolhidos! Caso cumpram a missão daremos novas identidades e uma ficha limpa” Disse Campbell.

“Concordo! Mas haveria de ser uma área neutra e próxima a Síria para o encontro!” Disse Hegel.

“Com licença, mas os teutes foram gentis o suficiente nos auxiliando no uso de Elba mês passado, creio que seria o local ideal. Poderia ser feito, Agente Erteu” Disse o general Petrov.

“Sim, poderia. Ficamos acertados. Daqui a 30 dias na ilha de Elba! Providenciarei as credenciais de entrada!” Disse o teute.

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Mensagem por juliogb Sex Ago 26, 2016 8:22 pm

Era mais um dia quente e seco na cidade de Aden, Madinat Aden, como era conhecida, a antessala de Bab el Mandel, o Portão das Lágrimas, estreito que separava o chifre africano da penísula arábica. Herr Hegel com certeza não estava acostumado com o calor sufocante, nem com o trânsito caótico da cidade, mas ao menos estava num imponente jipe blindado na Av. Koning Harald, onde se lovalizavam os cassinos, sedes de empresas e hotéis da cidade, além do QG do governo local, atualmente sob a liderança de Iskender Abdulrahman Dessalé, o Xerife de Al Madinat Aden. O QG era um formoso e bem fortificado edifício branco de arquitetura mourisca não muito longe da praia, lembrava a residência de um emir de Al Andalus, ladeado por palmeiras imperiais e por dentro, pátios de mármore com azulejos marroquinos, móveis marchetados de ébano e marfim, além de alguns pavões que bicavam pedaços de pão pelos jardins do palacete.

Herr Hegel foi recebido por um dos mordomos, provavelmente paquistânes.

-Por favor Herr Hegel, Abdulrahman Bey o está esperando.

Dessalé era um negro somali alto e magro, imponente, sempre com seu uniforme militar desértico, coturnos cor de areia, camisa também camuflada, óculos escuro e boina azul, um típico caudilho africano.

-Herr Hegel, quanto tempo meu amigo! - disse o imponente somali.

-Iskender, que prazer revê-lo.

-Por favor sente-se.

A reunião, feita num tipo de sacada com vista para o mar, com cortinas brancas esvoaçantes e uma pequena mesa de centro, onde lhes esperava um bule prateado com chá e algumas xícaras.

-Vejo que a cidade cresceu muito, dá pra ver tudo daqui. - disse o aristocrata se apoiando no parapeito.

-Sim, esta cidade está prosperando, muitas pessoas vindo pra cá, sírios fugindo da guerra, eritreus fugindo da ditadura, etíopes em busca de emprego...

-Pelo adiantar da hora receio ter de pular as amenidades e partir direto ao ponto.

-Por mim tudo bem Herr Hegel.

O helmlandês sentou-se à mesa seguido de Dessalé, que o serviu de chá.

-O que posso fazer pelo senhor Herr Hegel?

-Bem, primeiro tenho de deixar claro que tudo o que discutiremos aqui será mantido em segredo.

Dessalé sinalizou com a cabeça dispensando os empregados e os guardas.

-Prossiga.

-Eu e alguns amigos estamos montando um esquadrão secreto para combater os terroristas do Daesh, não temos autorização de nossos respectivos governos, mas queremos fazer algo a respeito, e receio que não optaremos por meios tradicionais de combate se é que me entende?

-O Sr. precisa de alguns soldados creio eu, dos mais cruéis, astutos e criativos que eu possa lhe fornecer?

-Vejo que estamos falando a mesma língua Iskender.

Dessalé se recostou no espaldar da cadeira de couro sorvendo seu chá e olhou para o nada em reflexão.

-Bem, eu tinha o soldado perfeito até alguns meses atrás, mas receio que será dificil convencê-lo.

-Por que?

-Bem, é uma longa história...

-Pelo soldado perfeito para a missão eu posso ficar mais tempo, por favor, conte-me.

O mar estava calmo e várias embarcações pesqueiras voltavam da pescaria matinal rumo ao porto sul de Aden, onde se concentravam os portos de pesca e o comércio de khaat, um narcótico local mastigável, popular entre os habitantes do chifre africano e das costas do Portão das Lágrimas; o mercado de peixes fervilhava de mulheres de véus coloridos fazendo suas compras semanais de pescado. Gerhart Wilhelmus Olbricht, ancorava sua embarcação de madeira no cais e dispensava seus funcionários à medida que as redes eram esvaziadas em enormes caminhões cheios de sal e lingotes de gelo; depois de anos nas forças armadas e de sua desonrosa exoneração, voltara a se dedicar à pesca, ofício que aprendera quando criança, nas costas geladas do mar báltico, sua terra natal, na pequena ilha de Bornholm, na Jutlândia, Reino de Helmland. Era um tipo alto, de cabelos castanho claros, magro e de olhos cansados, beirando os 40 anos, tinha uma cicatriz na têmpora que avançava um pouco na pálpebra, fruto de um golpe de faca; tinha uma filha adolescente, de 17 anos, chamada Brigitte, do seu primeiro casamento e mais um filho pequeno de 3 anos, Eli, de seu segundo casamento, com uma moça iraniana 15 anos mais nova que conhecera na internet, Farzonai Hamizadeh, uma fugitiva de seu país, que se casou com o helmlandês inicialmente por interesse e por conseguir cidadania, mas que no final acabara gostando mais do marido do que imaginara, apesar de ser um tipo com um passado sombrio e uma capacidade sobrenatural de crueldade.

Hegel o esperava no final do cais, secando o suor da testa com um lenço italiano apoiado no enorme SUV preto blindado, seu motorista, Saleh, fumava diligentemente; Gert farejava um aristocrata à léguas de distância, já podia sentir o cheiro de colônia, charuto e gim tonic ''O que esse almofadinha quer?'' - pensou arrumando o boné desbotado na cabeça e apertando o passo tentando se desviar de Herr Hegel.

-Herr Olbricht, posso lhe dar uma palavra?

Gert suspirou fundo e se voltou para o homem bem vestido.

-Meu nome é Hegel, venho em nome da Inteligência Helmlandesa, falei com Iskender recentemente, ele citou seu nome, precisamos de um homem com seus talentos.

-Fale pra Iskender ir pra puta que o pariu...não quero nada com ele.

-Por favor me escute, tenho uma proposta pra lhe fazer....

-Enfie-a onde lhe caiba Herr Hegel, tenho mais o que fazer.

-Por favor, a temporada de pesca acabou, a não ser que você queira ser preso por crime ambiental por pescar fora do tempo correto...ouça-me, lhe peço humildemente, o que você tem pra fazer? Vai ficar parado pelos próximos meses fazendo bicos de segurança e ouvindo sua mulher discutir em persa.

-Mencione minha mulher de novo e você vai dormir com os peixes Herr Hegel, se que é esse seu nome verdadeiro, aposto que você é do baixo clero da nobiliarquia do leste de Helmland, um filho do meio provavelmente, pelo seu sotaque, diria, Borussia Central, eu também sei coisas sobre o senhor e nem precisei ler sua ficha.

-É, meu nome não é Hegel mesmo, e você acertou da onde venho, sou de Stetyn, muito bem Herr Olbricht, o senhor não é só inteligente na hora de criar métodos tenebrosos de matar pessoas.

-Não faço mais isso...não passo um dia sem pensar em tudo que fiz, e seu eu fosse o senhor, teria medo, por que eu já fiz homens tremerem de pavor e perderem o controle sobre seus intestinos somente ao ouvir meu nome. - dizia furioso Olbricht.

-Por favor, deixe-me ao menos contar a proposta, você é livre para recusá-la, se quiser posso lhe dar uma carona até sua casa, aposto que Farzonai vai ficar contente em vê-lo chegar mais cedo.

Olbricht apertou o rosto numa careta de resignação, estava cansado e provavelmente teria de pegar um tuk tuk, a carona num SUV com ar condicionado, coçou sua cicatriz na têmpora dizendo:

-OK, você me convenceu, mas só por que hoje o calor está infernal e por que aposto que tem um gim tonic e balde de gelo aí dentro da sua caranga.

-Sabia que o senhor ia agir racionalmente, por favor....- disse o aristocrata abrindo cortesmente a porta e sinalizando pra seu motorista parar de fumar.


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Mensagem por MarioLopes Ter Ago 30, 2016 12:53 pm

O MI6 é considerado por muitos o serviço secreto britânico, trabalha sob as ordens do governo imperial e sob essas mesmas ordens atentados foram evitados, mortes foram justificadas e guerras jamais aconteceram. Mas o MI6 não é o serviço secreto britânico, pelo menos não é o verdadeiro. Dentro da intrincada estrutura de governo britânica existem aqueles que ouviram sussurros sobre outros orgão, um grupo de agentes sem rastro, sem nomes, sem rostos, a princípio reunidos apenas nas situações mais urgentes e é claro, sem nenhum vínculo visível com o governo, tais agentes, estão sob as ordens de sua majestade e de sua majestade apenas.

- Sr Campbell. - Os homens estavam todos sentados em uma mesa redonda, o ar estava enevoado com o cheiro de charutos e cigarro impregnando o ambiente, copos de scotch estavam a mesa junto a garrafas semi vazias, criados observavam aos cantos repondo os petiscos de aparência duvidosa, não havia janelas, estavam no subterraneo claramente.

- M-M-Majestade... - Campbell tremia, era um funcionário de carreira do MI6, condecorado três vezes por ações de heróismo atrás de linhas inimigas e mesmo assim tremia, havia sido tirado de sua cama e trazido até a presença do líder máximo de seu país, e até agora não tivera explicação nenhuma sobre.

- Por favor, aqui não... - Sorriu Schneizel de forma cínica - Aqui sou apenas M, sente-se, ande, não temos a noite toda... - Os homens riram, ao se aproximar da mesa Campbell reparou em alguns rostos, um ou outro lorde do parlamento, havia pelo menos um cardeal católico e um banqueiro que recentemente havia sido dado como morto pela polícia de Dubai.

- O coronel vai explicar os motivos e os objetivos desta reunião, e se tudo correr bem... - Novamente um sorriso cínico foi lançado ao homem que já recobrava alguma de sua cor. - Mas não tema, tudo pelo bem maior... - Concluiu o imperador enquanto se servia de mais um copo de whisky.

Alguns dias depois.

Alexandria estava movimentada para a época do ano, o porto imperial era um retrato de como a dominação britanica se impunha imponente sobre povos e culturas, arquitetura moderna, bares, restaurantes e nenhuma burca a vista. Campbell chegara sob ordens ultra secretas, seus registros no MI6 haviam sido apagados é claro, para o papel que deveria desempenhar somente manteria seu nome e título, nada mais, encontraria naquela miríade de gente seu contato e parceiro na missão, um homem de quem também não tinha informação alguma sobre apenas que o conheciam como Major e servira o império bravamente por 30 anos.

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Mensagem por MarioLopes Qua Ago 31, 2016 11:29 am

O Clube Zambezi era um antigo prédio colonial incrustado na Praça Timur em Alexandria, Campbell recebera a mensagem de que encontraria seu contato ali. O prédio estava fechado mas por detrás das grandes janelas de vidro podia-se observar algum movimento, os portões de ferro se abriram e logo alguns criados africanos vieram o auxiliar, estranhamente nenhuma pergunta foi feita. Aqueles clubes de cavalheiros tinham fama era verdade, reuniam velhos expatriados que passavam os dias contando histórias, jogando bridge e bebendo é claro e Campbell só pensava que tipo encontraria ali, e pior, o tipo que o acompanharia na talvez mais importante e perigosa missão de sua vida.

- Herr Campbell - Um helmlandês que aparentava ter três quartos de século o cumprimentou logo a entrada, que prazer telo aqui conosco, sente-se, disse o homem o chamando para uma roda de conversa e carteado. - O Britânico sentou-se sem entender muito bem, pelo menos pode observar melhor o ambiente interno, era um salão ricamente decorado, troféus ornamentavam as paredes, leões, tigres e gazelas, além de algumas armas, criados, a maioria negros corriam de um lado para o outro levado pratos quentes e bebida gelada e um homem de aparência ranzinza permanecia de olhos atentos atrás do balcão.

- Onde eu estava... Ahm.. É verdade, foi sim, na última ofensiva nas Ardenas sim, matei três oficiais britânicos com uma unica granada. - Disse o Helmlandes enquanto goleava um potente copo de cerveja. Completou a frase com uma gargalhada ao que foi seguido pelos outros senhores na roda, Campbell já não entendia nada.

- Senhor, acredito que não fomos apresentados... - Sussurrou o inglês tentando entender um pouco a situação em que se encontrava.

- Ah sim, claro, sabe garoto... Todos esses homens aqui são homens do rei, até eu, de outro rei, mas ainda assim um homem do rei, haha - Explanou ele, sua barba branca estava gotejando de cerveja.

- Eu não sou homem de rei nenhum, sou um homem da rainha! - Falou um velho careca encolhido em uma poltrona.

- Cale a boca Norman, a rainha morreu já faz uma década. - Grunhiu o homem ao lado dele.

- Ora, silêncio vocês todos, o garoto aqui não está entendendo nada e um bando de velhos expatriados bêbados não está ajudando. - Falou o helmlandes enquanto silenciava todos os seus amigos, alguns se levantaram e juntaram-se as outras mesas, outros retornaram as cartas e a bebida. - Como eu estava dizendo, somos homens do rei, o Norman aqui matou mais russos que o próprio Stalin, haha.

- Não estou entendendo, como você sabe meu nome em primeiro lugar. - Falou serenamente Campbell.

- Agente Campbell, morto em serviço na última semana, MI6 divisão de cooperação internacional, recentemente recrutado para uma força tarefa a mando do próprio imperador, o imperador de voces britânico é claro, haha. - O helmlandes ria, seu tom de voz era jocoso, o britânico empalideceu somente para recuperar a cor logo depois.

- Você é o meu contato? Mas você não é britânico...

O helmlandês começou a rir, e seus amigos o acompanharam nas gargalhadas.

- Não garoto, eu não sou britânico graças ao bom deus, mas sou tio do moleque que governa seu país e de vez em quando eu ajudo ele com alguns assuntos e não, eu não sou seu contato, no caso ele está ali atrás do balcão e se você conseguir segurar o mijo por alguns minutos podemos ir até lá.


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Mensagem por ANTONINI-Leo Qua Ago 31, 2016 10:27 pm

Enquanto isso, em Teutenaggari, no prédio do Ministério da Pesca, atrás de uma porta escrita “seção 32”, o Agente Erteu tinha seu escritório, um de nove outros espalhados por todo o país, que ele usava rotineiramente.

Seu nome verdadeiro não se sabe, mas o assim chamado Erteu era claramente um soldado vivido, não só pela cicatriz em destaque na fronte, mas também e principalmente pela postura centrada e firme típica dos militares mais tradicionais.

Erteu escrevia a lápis em uma folha enquanto sua escrivaninha estava repleta de bilhetes e anotações.

“Senhor! Se quiser reduzo tudo isso a um arquivo de word se for ajudar!” Disse o estafeta.

“Eu sei usar computadores meu jovem, é que não quero” Disse o Agente que frente ao semblante ignóbil do estafeta prosseguiu a explicar “o que eu escrevo no papel, fica somente no papel. Entendeu?”.

“Sim Senhor!” Disse o jovem.

“Sua geração... Deixe estar! Pegue para mim os arquivos do agente Yóvan Markriksam!” Disse Erteu.

“Yóvan Markrik! Sim senhor!” Disse o jovem indo para a sala ao lado onde estavam vários antigos arquivos de metal, voltando após 10 minutos “Aqui está Senhor!”

“Obrigado! Qual é mesmo o seu nome garoto?” Disse Erteu.

“Stenard Guntersam do Clã Dauer! Primeiro Oficial das Tropas táticas anfíbias e aspirante na Seção 32 há uma semana!” Disse o jovem com empolgação.

“Stenard já seria uma boa resposta! Pois bem Stenard, fique atento, não pode demorar tudo isso para localizar os arquivos de um agente! Cuidamos da segurança dos teutes e do mundo aliado aqui! Tenho que apresentar àquele pessoal este espécime! Ficarão absortos com o Yóvan!” Disse Erteu em tom de professor.

“Perdão Chefe, é que o arquivo dos agentes falecidos fica separado!” Disse o jovem Stenard.

“Como assim agentes falecidos? Yóvan  morreu?” Disse Erteu espantada.

“Sim Senhor, ano passado no incidente em Miamar... Era o Yóvan indo pelos ares.” Disse Stenard.

“Puta que pariu! Estava contando com este cretino para a missão! Como é que não me avisaram?” Disse Erteu socando a mesa.

“Bom... Constou a circular mandada por e-mail no final do não passado e a ficha dele está inativa no site do governo!” Disse Stenard.

“Computadores!” Disse Erteu voltando aos seus papeis e colocando a mão na testa “E agora, quem seria tão louco a ponto de ser qualificado para esta missão?”.

“Se me permite Chefe... Tenho algumas sugestões” Disse Sternard puxando um tablete.

“Vá lá... diga!” Disse Erteu como se xingasse enquanto desabotoava o colarinho e abria uma garrafa de vadin.

“Que tal Norman Rachtaisam, O Carrasco?” Disse Stenard.

“Não, ele está completamente biruta babando no sanatório, fui levar um bolo de chocolate mês passado. E o filho da mãe está beirando os cinquenta já! A ficha está ativa só para ele continuar recebendo como ativo e a mulher não ficar sem a pensão quando ele morrer.” Disse Erteu.

“Certo... que tal Iber Werksam? Este tem só 32 anos. Não se tem mais noticia dele faz 4 anos, mas aqui diz que ele responde pela alcunha de A Sombra da Noite, deve ser bom para ter esse nome de guerra!” Disse Stenard.

“Sombra da Noite é nome de guerra, mas não é o que você está pensando. Depois que ele deu baixa seguiu sua verdadeira vocação cantando em boates de público ‘alternativo’ em Sudteutebumi. Esse ai não bota mais medo em ninguém!” Disse Erteu desconsolado.

“É Senhor, a coisa está feia! Talvez se pegarmos alguém de carreira militar sirva para sua missão!” Disse Stenard.

“Não Stenard! Temos que ficar fora das vias oficiais!” Disse Erteu desconsolado.

“Senhor, mas e Láyra?” Disse Stenard.

“Láyra? Está querendo rezar agora?” Disse Erteu.

“Não estou me referindo a Aknan espírito das florestas Senhor, mas tem um registro aqui de uma ex-militar que está vivendo nas florestas das terras altas há 3 anos. Aqui não diz o nome, mas já mandaram três equipes para prendê-la e as três falharam miseravelmente! Os aldeões das vilas próximas a floresta a chama de Láyra, em referência exatamente ao espírito da terra e das florestas!” Disse Stenard.

“Isso não me parece estranho! Traga-me aqui esta geringonça tecnológica!” Disse Erteu pegando o tablete e dizendo “Chave de segurança Erteu 1 2 9 8 7 5 Bravo Alfa Zulu”.

“Chave de segurança reconhecida! Voz reconhecida! Acesso de segurança permitido!” Disse a voz do tablet.

“Leia agora meu jovem!” Disse Erteu ao espantado Stenard.

“Senhor, não é possível... Eu achava que ela era uma lenda...” Disse Stenard esfregando os olhos.

"Sim, tanto existe que fui eu que a treinei!" Disse Erteu.

"Dwuina Kasersam! 35 anos. Conhecida também pelos nomes de "A Cavalaria" no exército teute e mais recentemente por Láyra pelos aldeões da região da floresta das terras altas. Treinada em 7 formas diferentes de combate corpo-a-corpo, especialista em guerrilha de selva, montanhas e desertos. Fala 8 línguas. Agente tipo B1 da Seção 32. Descomissionada e exonerada pelo bem do serviço público! Há 15 ordens de prisão por motivos diferentes! .... Espera, agente B1, isso não pode estar certo?" Disse Stenard lendo o arquivo.

"Sim Stenard, eu sou A3, logo a frente dela, mas também tenho 17 anos a mais". Disse Erteu.

"Eu sou só um Z1... Bom, continuando... Sério? B1 como só 35 anos? Ok Ok! Seguindo na leitura ..." Disse Stenard.


Última edição por ANTONINI-Leo em Qui Set 01, 2016 6:44 am, editado 1 vez(es)

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O Esquadrão Inglório Empty Prisão de Segurança Máxima Karlov B - Vymora

Mensagem por Francovsky Qui Set 01, 2016 12:25 am

As portas rangeram com um ganido metálico, e o prisioneiro I127B saiu de sua cela, escoltado por dois guardas mal-humorados.
-É bom aproveitar, seu lixo. Hoje é seu último dia, e sua última visita!
-Olhou quem era? - perguntou o outro guarda, com um farto bigode à moda de Stálin.
-Vi sim. Mulher.
O guarda bigodudo sorriu e assentiu com a cabeça.
-Parece que o verme aqui vai se dar bem!
-Pois é, essa traça vai devorar algo hoje que não seja um livro!
No meio de toda a grosseira conversa dos guardas, I127B ficava em silêncio, olhando para baixo.
-E aí, gatinha?
-Mais ou menos. Muçulmana.
-Ha! Aposto que foi só o que ele conseguiu. Quem diria. Um dia é o rei do submundo, no outro, só descola uma muçulmana cabeluda antes de ir virar vegetal em Nova Prospekt. O mundo dá voltas.
-Elas sempre tem monoçelha, né? E algum tipo de buço. Será que têm cabelo lá em baixo também?
Os guardas gargalhavam como hienas, risos que ecoavam no corredor de concreto armado sem janelas.
-Elas devem ter que cobrir esse cabelo com um véu também!
-Acho que ele não se importa, mesmo. Só gosta desses livros dele. Não é a toa que lá fora, podia até ser o rei dos contrabandistas, mas aqui é só O Traça.
-Ele lê muito?
-Demais! Olha só esse livro na mão dele - o guarda levantou a mão de I127B, que não protestou. Ela segurava um grosso volume de capa mole - Mais de mil páginas!
-É fantasia, né? Tipo aquela série com os dragões.
-Parceiro, você viu o último episódio? A rainha matou...
Os guardas continuaram a conversar, sem prestar atenção no prisioneiro. Se tivessem, teriam notado o sorriso que tomava conta de seu rosto.
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A sala de visitas era única - cada prisioneiro tinha sua própria. Era, como o resto da prisão, feito de concreto armado, mas a separação entre a área onde ficava o visitante da área onde ficava o prisioneiro se dava por uma fina parede de acrílico transparente, com duas mesas de cada lado. Dois guardas se postavam de cada lado da sala, fazendo quatro ao todo.
O prisioneiro I127B foi levado até a sala e sentou na cadeira, o denso volume ainda em suas mãos.
Uma sirene anunciou a abertura da porta, e uma mulher pequena, de pele cor de amêndoa, entrou na sala. Sua cabeça era coberta por um véu, e o resto de seu corpo por um pesado vestido preto. No seu ombro, uma mochila também de cor escura.
-Olá - disse ela, com um sorriso levemente melancólico.
-Olá - disse I127B. - Trouxe o que eu pedi?
-Trouxe sim - disse ela, abrindo a mochila e tirando dela um outro longo volume. -O que achou do último?
-Achei... incendiário - disse ele, e não conteve uma risada.
A mulher revirou os olhos.
-Vão me transferir - disse I127B. - Para Nova Prospekt.
-Vai virar um dos macaquinhos da Dra. Gallyna, hein? - disse a mulher, tirando um maço de cigarros de dentro de sua mochila e acendendo um.
-Pois é.
A mulher deu uma longa tragada, soltou um bafo de fumaça no vidro, e, com um sorriso discreto, disse:
-Não se eu puder evitar.
Nesse momento, jogou o volume para o alto. I127B deu um salto e saiu correndo, para longe da parede de acrílico. De um gesto rápido, jogou também seu volume contra o vidro.
Os guardas assistiram àquilo tudo sem saber o que fazer, e, antes que pudessem reagir, viram a mulher atirar seu cigarro contra a parede de acrílico. Ela conectou-se perfeitamente com o volume. Uma chama incandescente logo se espalhou pelo papel, e cresceu rapidamente. Uma bola de fogo se formou, e quando ela se evanesceu em fumaça, o acrílico tinha derretido.
A mulher foi até os guardas. Estes estavam preocupados em ver se o prisioneiro estava fugindo e não viram o sutil gesto da mulher, que retirou duas lâminas finas das mangas de seu vestido. Correu para trás dos guardas, e com dois golpes de cada braço, as gargantas de cada guarda estavam fatiadas.
I127B, agora que o fogo diminuíra, correu para o buraco formado no acrílico. Os dois guardas que sobraram estavam atrás dele. O prisioneiro atirou um de seus outros livros nos dois guardas, sem olhar para trás.
-Faradi, agora!
A mulher tirou de sua mochila um fósforo, que acendeu com a ponta da lâmina de sua faca. Com um peteleco, atirou-o bem no meio do livro. Este se incendiou instantaneamente, queimando os dois guardas.
O vídeo parou.
-Como vocês vêem - disse o homem de terno, tomando mais uma golada de seu chá - Andrei Zaubarov tem agora, em sua conta, mais quatro assassinatos, realizados em conluio com essa cúmplice.
Andrei olhava para ele. Agora o encarava nos olhos.
-O que você tem a dizer em sua defesa, Zaubarov? Ou deveria te chamar de "Rei do Mar Negro"? - disse o homem de terno, andando até Zaubarov e parando na sua frente.
Zaubarov o encarou longamente. Quando parecia que ia abrir a boca para falar, cuspiu no rosto do homem.
Os outros agentes se levantaram, mas o homem de terno acenou para que ficassem sentados.
-Calma, calma, senhores. Estou bem. Ainda bem, né? Mostra que ele não tem nenhuma carta na manga dessa vez. Olha, Zaubarov, tenho que dizer que estou impressionado. Livros customizados com tinta inflamável? Véu a prova de balas? Vocês realmente planejaram isso em cada detalhe. Pena que não foi suficiente. Agora você vai para Nova Prospekt. Ou não.
Zaubarov franziu o cenho - esperava todo aquele discurso miserável, afinal, Vasilyev estava em vantagem e gostando de contá-la. Mas o final fora uma surpresa.
-Recebemos hoje uma ligação de ninguém menos que o Petrov.
Zaubarov ajeitou-se em sua cadeira. Acreditava conhecer esse nome.
-Quem é esse puto de Petrov? Porquê ele não mostra a cara? - disse Zaubarov, tentando se manter arredio até o final.
-Ah, você vai conhecê-lo. E, devo dizer, Petrov parecia o anjo guardião mais invocado que eu já vi. Porquê ele quer salvar a sua pele.
A luz pálida das lâmpadas fluorescentes piscava, dando a sala repleta de agentes um aspecto ainda mais cinzento que o normal.
-Como será que é Nova Prospekt nessa época do ano? - disse uma voz eletrônica, e todos na sala riram.
-Escuro e infeliz, creio, como no resto do tempo - respondeu Vasilyev. - Esqueci de dizer: Petrov está ouvindo nossa conversa.
Zaubarov engoliu em seco. Subitamente, seu ato de valentia hà poucos instantes pareceu uma grande burrice.
-Desculpe não poder mostrar minha cara - disse Petrov. - Acabei de chegar em Alexandria, voltei de Teutebumi. Espero que a teleconferência seja de seu gosto.
Zaubarov balbuciou.
-Enfim. Obrigado, Vasilyev. Você receberá sua recompensa no dado tempo. Quanto a você, Zaubarov, passamos agora aos negócios. Sabemos quem é a moça. É Faradi Paria, a contrabandista. Entendemos que vocês já trabalharam juntos.
-Tem muitos anos - respondeu Zaubarov, rapidamente.
-Aham. Do jeito que as coisas estão, temos várias modalidades que podemos seguir. A primeira, mandamos vocês dois para Nova Prospekt, para os braços calorosos da Dra. Gallyna. A segunda, executamos você, e mandamos apenas ela - ela vai ganhar a sentença de vocês dois, é claro. A terceira é nós liberarmos você, e Faradi ocupar seu lugar em Karlov B.
Zaubarov piscou.
-Como é? Qual é a pegadinha?
-Como todo bom contrabandista, Sr. Zaubarov, vejo que você entende de toma-lá-dá-cá. A troca é simples. Pela sua liberdade, e por uma pena mais suave para a sua 'amiga' - uma que não termine com ela vegetando em alguma cela imunda no canto mais esquecido desse país - nós queremos algo bem simples. Queremos que você trabalhe para nós.
Zaubarov riu, uma risada seca. Não sabia se aquilo era piada.
-Certamente, você está brincando.
-Não estou brincando, Rei dos Contrabandistas. Se tem alguém que entende de infiltração e negociação, é você. É exatamente isso de que precisamos. Você será parte de uma iniciativa do Ministério de Assuntos Exteriores, Seção Interesse Imperial. Um novo tipo de soldado para um novo tipo de guerra.
-Então deixa eu ver se eu entendi bem. Eu passei minha vida fugindo da lei, sonegando impostos, comprando e vendendo mercadoria ilegal, matando gente, e agora vocês querem me contratar? E vão eliminar a minha pena?
-É mais ou menos isso, sim - disse Petrov, suspirando fundo.
-E o que exatamente eu vou ter que fazer?
-Tudo vira em sue devido momento. Conhece a ilha de Elba?
***

Francovsky

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O Esquadrão Inglório Empty Re: O Esquadrão Inglório

Mensagem por juliogb Sex Set 02, 2016 12:19 am

Olbricht estava acostumado com aviões, ao menos pensava que estava, fazia muito tempo que não entrava em um, no caso, um Junkers Jumbo, um modelo helmlandês do Antonov 124 Ruslan com as cores da força aérea helmlandesa. Herr Hegel estava junto, apesar da cara de almofadinha não havia passado mal nem se atemorizado com as turbulências, alguns outros soldados voltando para Helmland estavam ali, além de dezenas de caixas e um veículo blindado quebrado que seria reparado em Helmland.

-É um prazer conhecer o senhor, fez um grande favor à Coroa, à cidade de Aden e ao mundo. - gritou um jovem soldado helmlandês ruivo e sardento, tentando falar mais alto que o som das turbinas, estendeu a mão para Olbricht para cumprimentá-lo.

-Só fiz meu dever... - disse mentindo Ulbricht com um sorriso de canto de boca e um leve aceno.  ''Não precisava de tudo aquilo, fui muito além do meu dever.''

Alguns soldados repetiram o gesto com alguma dificuldade devido à turbulência, outros tantos não entenderam, mas Olbricht pediu que ficasse entre eles.

-O senhor é famoso, Herr Olbricht, fico feliz que tenha aceitado a missão, sua mulher aceitou bem?. - disse Hegel que provavelmente havia tomado alguns goles de aguardente antes da viagem.

-Bem, não ficou feliz de início mas estamos precisando do dinheiro.

-O senhor fez o que devia fazer.

Aterrissaram depois de pouco tempo em Alexandria para um pit stop, aproveitaram para esticar as pernas, tomar um café feito improvisadamente num fogareiro de acampamento e admirar o skyline de ''Iskandariyya'', os hotéis de luxo, os guindastes do porto imperial, os edifícios envidraçados, de certa forma lembrava Madinat al Aden, talvez com bem menos minaretes e campanários de igrejas e sem o visual mourisco.

-Estamos esperando alguém Herr Hegel?

Herr Helmut Gustav apesar da idade, ainda era um bom motorista, apesar de estar levemente embriagado, dirigia rapidamente rumo à base aérea de Alexandria, acima de suas cabeças viram o enorme Junkers destacando os trens de pouso e aterrissando.

-Ali está sua carona Herr Campbell. - disse o velho aristocrata bonachão. - E ali seus novos amigos. - completou apontando para um outro típico helmlandês aristocrata que olhava seu relógio de bolso, e secava o suor da testa com um lenço italiano, além de um cara alto e magro, de boné de caminhoneiro, que parecia um daqueles brancos colonos da Namíbia que eram donos de postos de gasolina no meio do deserto.

Pararam o carro não muito longe da pista de decolagem, saíram do carro ajustando suas roupas e indo em direção de Olbricht e Hegel.

-Quem é o ''boer'' o ali? - perguntando a Herr Gustav sobre Olbricht usando um termo afrikaans, algumas vezes usado de forma pejorativa pelos britânicos. - É Gert Olbricht meu caro Campbell, apesar da aparência de um criador de gado de Westkaap, é um dos homens mais experimentados do mundo na arte de causar terror, pavor, por alguns anos, terroristas, guerrilheiros islamistas e criminosos do chifre africano tremeram diante do nome...e ele não é um afrikaans, é um helmlandês de Vriegals, ilha de Bornholm, traditional reduto de pescadores.

-O que ele fazia exatamente? - perguntou esperando uma resposta o mais rápido possível.

-Lembra-se daqueles vídeos de execuções de terroristas em alta definição lançado nos principais sites de compartilhamento de vídeo?

Campbell parou de andar por um segundo tentando se lembrar.

-Uau....é ele?

Herr Gustav assentiu discretamente com a cabeça e continuou andando pela pista de pouso, a distorção do calor no asfalto ia se dissipando e os dois helmlandeses já podiam ser vistos com nitidez.

-Herr Hegel, que prazer em vê-lo!

-Digo o mesmo Herr Helmut, recebeu a caixa de charutos que lhe mandei?

-Sim, chegou hoje caro Hegel, separei alguns aqui pra nós fumarmos antes de embarcar.

Campbell e Olbricht se entreolharam com alguma desconfiança, o britânico reparava em cada detalhe do helmlandês que seria seu camarada de armas dali em diante, a cicatriz na têmpora, a barba por fazer, o boné azul escrito ''Olbrie Rybalsk & Angeln Varband'', as botinas cor de areia e uma grossa aliança de ouro.

Olbricht se ofereceu para acender o charuto de Campbell.

-Obrigado, creio que o senhor seja Herr Olbricht....Campbell, a seu dispor.

-Gerhard Wilhelmus Olbricht, mas pode me chamar de Gert.

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Mensagem por ANTONINI-Leo Dom Set 04, 2016 10:12 am

Enquanto isso em um helicóptero militar teute o Agente Erteu e Stenard voam, Agente Erteu pilotando.

“O Senhor pilota muito bem Chefe!” Disse Stenard com ar infantil.

“Sim meu jovem, fruto de anos de prática. Tenho mais horas de voo sob fogo inimigo que qualquer teute!” Disse o Agente Erteu.

“Nem imagino como seria!” Disse Stenard.

“Aguarde! Aqueles que não morrem acabam por descobrir!” Disse o Agente Erteu e tom de piada.

“Bom, espero descobrir e não ter o destino das primeiras equipes de captura que mandaram atrás da Dwuina Kasersam!” Disse Stenard.

“Não teremos, não somos uma equipe de captura! Somos uma dupla de contratantes” Disse o Agente Erteu enquanto avistava no horizonte ao sopé das grandes montanhas rochosas nevadas a vasta floresta de pinheiros das terras altas teutes.

“Chegamos!” Disse Stenard consultando o GPS, obtendo como resposta um pouso rápdo e preciso do agente Erteu ... “Que reflexos, imagina como ele era quando  jovem...” Pensou Stenard.

Erteu pousa o Helicóptero logo ao lado de um povoado teute, sendo ele o primeiro a sair com certeza assustou os aldeões, um homem velho e alto de uniforme totalmente negro com a face esquerda do rosto totalmente desfigurada por queimaduras antigas que se assemelhava a uma estátua de cera semiderretida. Logo atrás meio confuso e afobado Stenard o segue.

Um aldeão local se aproxima dos dois e estes explicam que são homens do governo e estão atrás da mulher que eles chamam de Láyra.
“Por favor senhor... não vá! Ela é Láyra, nenhum mortal pode enfrentar Láyra! Todos que tentaram morreram ou enlouqueceram! Também demoramos para acreditar... Mas é mesmo Láyra!” Disse o aldeão suplicando para que os dois não se matassem entrando na floresta atrás da mulher que para eles era o espírito da terra e das florestas descrito na religião teute.

“Senhor, sou grato pela sua preocupação. Mas eu já enfrentei coisas não humanas e sobrevivi!” Disse Erteu virando o lado esquerdo da face deformada ao aldeão que se encolheu em calafrios.

Erteu e Stenard pegaram as mochilas com os equipamentos de trouxeram e começaram a adentrar entre os pinheiros e carvalhos da grande floresta das terras altas, deixando os supersticiosos aldeões para trás.

“Caramba! Eu quase acreditei que foi algo sobrenatural mesmo Chefe!” Disse Stenard.

“Eu já disse. Se você viver o suficiente verá!” Disse Erteu apertando o passo.

“Como assim Senhor? ... Não pode ser né? Está brincando!” Disse Stenard.

“Mantenha-se vivo Stenard!” Disse Erteu as gargalhadas.

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Mensagem por juliogb Qui Dez 15, 2016 8:28 pm

Em algum lugar entre Kobane e Al Raqqa.

Seyed Zamand há um bom tempo não tinha uma noite de sono, como general era responsável por milhares de soldados Peshmerga do exército curdo estacionados entre Kobane e Al Raqqa, capital do Khilafa do DAESH, chegara de uma conferencia online com alguns generais do exército árabe sírio estacionados em Deir es Zor, o plano inicial era cercar e isolar os terroristas em Al Raqqa.

-General. - interrompeu o jovem ordenança Najibullah Hafizadeh.-Mensagem para o senhor, vem da Europa.

-Europa? Que parte da Europa exatamente Cabo Hafizadeh?

-Helmland pelo visto.

-Mas que diabos?

O curdo levanto-se da cama, calçou novamente as bodas e se dirigiu o barracão das comunicações, viu um de seus oficiais preparando o projetor, pelo visto, outra vídeo-conferência.

-General Seyed Zamand, com quem falo? - disse em inglês.

-Pode me chamar de Herr Gustav, Zamand Agha, vou começar lhe dizendo que o que traterei com o Sr é estritamente confidencial.

Zamand coçou os cabelos grisalhos bem aparados e respirou profundamente.

-Positivo, continue.

-O Sr. quer derrotar o Daesh correto? E ainda por cima, quem sabe tornar o Curdistão um país de fato?

-Inshallah Herr Gustav, se Deus permitir assim desejo que tudo ocorra.

-Bem, tenho um grupo de elite, soldados de primeira que podem ajudá-lo a derrotar esses terroristas, só lhe aviso que atuarão com táticas de guerra assimétrica e psicológica, o conhecimento desses combatentes é invejável e cobiçado por exércitos e agências de inteligência pelo mundo.

-A proposta parece tentadora Gustav Agha, mas acho que isso vai me custar algo não?

-Pra você não, quem sabe para o futuro governo do Curdistão....caso ganharmos essa guerra é claro.

-E quanto a Bashar? e Erdogan? Eles não vão aceitar um estado curdo sem mais guerras.

-Deixe Bashar conosco, creio que possamos chegar a um acordo no final de tudo.

-Deixa eu adivinhar Herr Gustav....vocês vão querer em troca autorização do nosso governo para construir bases avançadas helmlandesas no Curdistão? ou quem sabe uma parceria econômica?

-Deixe a especulação para depois, pense nisso, essa nossa pequena reunião é apenas um primeiro contato.

-Vou pensar, como faço para entrar em contato com o Sr? Aliás, o Sr. está num avião por acaso?

-De fato Herr Zamand, estou num avião, mas não se preocupe, eu entrarei em contato, passar bem.

-Passar bem.

A ligação foi encerrada e a tela ficou preta, o general curdo suspirou profundamente ainda tentando processar tudo que ouvira, ao sair do barracão acendeu um cigarro e olhou o horizonte, dava pra ouvir sons de explosões e eventuais clarões de explosões ao fundo.

juliogb

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